Ele me dizia coisas bonitas, e eu fechava a cara, me fingia de séria (só pra fazer uma média de difícil), mas por dentro, meu coração não se aguentava, aquilo era tudo o que eu queria, e ao mesmo tempo, tudo o que eu não podia ter só pra mim.
E isso me doía sempre e cada vez mais. Já não era fácil de me controlar quando o via passando do outro lado do prédio, ainda tinha que superar os ciúmes, porque era um bando de gente desnecessária atrás dele, que o meu autocontrole às vezes oscilava.
Meu coração quase não se aguentava, mas ai de mim se demonstrasse algo perto das pessoas que me rodeavam, ainda mais quando ele passava e me dizia um “oi” tímido e feliz, era feliz sim, eu percebia que era, porque ele mudava quando chegava perto, parecia que seu coração disparava tentando dizer algo, e ele dizia, através de sorrisos e olhares. Assim a gente conversava, quando não podia ser pelo toque, era pelos gestos. E os nossos corações, a gente percebia, batiam sempre na mesma frequência.