Era uma tarde de terça-feira, quando resolvi ir para o meu quarto, deitar na minha cama e ficar ali, a tarde toda, como de costume. Pensei em ler, depois pensei em escrever e, por fim, acabei dormindo.
Era um dia estranho, tudo parecia estar normal demais, nada de inusitado acontecia. Nem um gato passava no muro, nem um pássaro pousava na minha janela. Aquela normalidade me incomodava. O silêncio era bom, mas também me atormentava. Minha cabeça doía, sentia-se pesada, talvez por tanto ficar sem fazer nada.
Me dava saudade de momentos. Até mesmo de alguns que ainda não foram vividos.
Nesse dia, eu estava insuportavelmente chata. Tudo me irritava, até mesmo o que não acontecia.
Quando chegou a noite, tomei aquele banho que a gente sente lavar a alma e limpar o espírito.
Quando fui dormir, me dei conta de que o problema não era aquela terça-feira, mas sim a minha irritante rotina. Não era a terça-feira. Era eu, todos os dias.