Carregando aguarde...
Itapira, 23 de Abril de 2024
Artigo
20/08/2011 | Consulta pública. A quem possa interessar!

Aos governantes e legisladores cabem muitas tarefas. Quem se mete nessa estrada, além de aplacar o fogo das vaidades, sabem exatamente o tamanho do elefante que tem pela frente. Existem os que entram apenas pelos holofotes. Outros, apesar de bem intencionados, revelam incompetência e equívocos desmesurados. Sem falar naqueles que optam pela molecagem e desonestidade. Felizmente, em alguns cantos deste Brasil varonil, homens públicos de alta estirpe pipocam modestamente.

Das tarefas empenhadas por governos ou feitores de leis, a maior contribuição que cada um poderá dar, de fato, será o auxilio ao desenvolvimento da cidadania do povo que governa ou representa. A realização de obras colossais ou minúsculas, a administração com qualidade, a fiscalização e o aprimoramento dos projetos não deveriam, jamais, serem objetos de atributos qualitativos. Afinal, foi justamente esse, o argumento principal para o voto conquistado.

Convenhamos! Apregoar o conceito de melhoria através dos serviços terceirizados, pagos com os olhos da cara e que deixa muita gente milionária, em setores intrínsecos ao poder público, não deveria ser um indicativo de um governo que se preocupa com o desenvolvimento cidadão. Para ficarmos em dois casos: será que a população não ficaria mais feliz se tivesse um sistema de coleta de lixo preocupado com a destinação correta dos resíduos sólidos, ao invés da tonelagem recolhida crescente e despejada num triste e fedorento aterro sanitário? Será que a merenda não seria mais rica, mais fresca, mais rentável e mais econômica se desenvolvida a partir dos membros que compõem a comunidade: cozinheiros, auxiliares, fornecedores e produtores rurais?  Evidentemente, tais procedimentos não poderiam estar desconectados da sociedade. E quem trabalhasse com esses serviços deveria ter a exata noção da importância dos usuários: o cidadão, assim como ele. Não há como negar. Montar uma estrutura para cuidar do lixo e da merenda escolar, dentro de um projeto de cidadania, é muito mais difícil do que escrever (ou copiar) um edital de licitação. Voltarei a esse assunto. 

O presidente da Câmara Municipal, Manoel Marques, com o apoio dos vereadores, está lançando o sistema “Consulta Pública”. Eis aí um belo e raro projeto voltado para a cidadania, em nossa cidade. Nessa primeira empreitada, uma questão mais do que delicada está sendo colocada: o número de vereadores para a próxima legislatura. Quantos vereadores nós queremos? Vamos manter os 10 ou aumentaremos para 11, 12, 13, 14 ou 15? É bom lembrar, que para cada cadeira, por baixo, mais R$ 200 mil por ano. Será que esse dinheiro não seria mais útil noutras prioridades?

A Consulta Popular e o primeiro questionamento colocado têm um valor incomensurável. Sabemos que o poder legislativo brasileiro manda e desmanda na geração das suas próprias despesas. Lá estão os maiores salários, do responsável pela faxina aos cargos mais cobiçados. As contas “camerais” são verdadeiras farras, inclusive turísticas e até sexuais. Noticias nesse sentido, não faltam neste país abençoado por Deus.

Imagine se essa capciosa pergunta fosse direcionada aos vereadores atuais? Será que a resposta da maioria ficaria nos dez ou nos quinze? Acho que, também, não seria diferente se ela fosse dirigida aos cento e tantos interessados na disputa, do ano que vem. Sabe como é, aumentar a probabilidade de ser eleito, não custa nada. Não custa nada uma pinóia! Então, quem é a melhor pessoa para responder tal pergunta?

É cabível ao eleitor consciente isentar-se da resposta? Eu, por exemplo, entendo que o número ideal deve continuar o mesmo: dez vereadores. Precisamos de qualidade, não de quantidade. Passada essa fase, quando a população sentir-se, de fato, representada pelos eleitos, quem sabe ela possa discutir a questão da representatividade ideal. Mas isso é outra história e muita água vai rolar por baixo da ponte. Voltarei a esse assunto, também. 

Acho que Manoel Marques e vereadores deveriam aproveitar o ensejo e adotar a total transparência, via site, do dinheiro gasto com o poder legislativo itapirense: informar todos os salários pagos pela câmara (dos ativos e inativos), com cargos e situação funcional; as contas dos celulares, das viagens, dos cartões corporativos; e quem sabe, até publicar os relatórios dos cursos e congressos que os vereadores participam de vez em quando. Desconfio, que se esses pontos fossem praticados, seriam inéditos e poderiam ganhar destaque nos principais meios de comunicação do país. Não seria bom para todos? Eu ficaria feliz, mesmo que não recebesse os créditos pela sugestão. Ficaria orgulhoso da minha cidade e isso me bastaria.

Para evoluir a Consulta Pública, que tal se todas as questões, principalmente, aquelas que tratassem dos interesses diretos dos legisladores fossem submetidas a esse processo?

O desenvolvimento harmônico e amplo da cidadania não é uma tarefa simples e muito menos apresenta resultados imediatos. É um processo longo e paciencioso. Começa pelo espaço concedido, mas depende do respeito e da seriedade de todos os atos decorrentes. Não funciona se o interesse for meramente eleitoral. Parabéns Manoel Marques. Parabéns vereadores de Itapira.

Fonte: Nino Marcatti

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Outros artigos de Nino Marcatti
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

715 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções