Carregando aguarde...
Itapira, 16 de Abril de 2024
Artigo
09/10/2010 | E agora?

E agora?

A festa acabou. A luz apagou. O povo sumiu? Nada disso. No dia trinta e um de outubro a gente se encontra e decide a parada. Quando se ganha no segundo turno, o resultado é tonificado. O processo é esclarecedor. Não basta ter um vencedor. Eleição não é futebol. A torcida não ganha o jogo. Quem ganha é a democracia.

 

Você que é sem nome. Que zomba dos outros. Você que faz versos. Que ama e protesta! O fenômeno Tiririca é pura firula. Fala-se do caso como se fosse a primeira vez. No Brasil existem os puxadores de samba. Termo que o mestre Jamelão detestava. Criaram os puxadores de voto - bom será quando detestarmos, também, esse termo – para alavancar as candidaturas espertas e mal-intencionadas, duvidosas de votos. Esses pobres coitados, usados por conta da fama que tem, são financiados para prestar um desserviço à democracia. Para esses, não há voto de protesto. Há voto da graça e, talvez, da ignorância. Coisas da democracia. Nem tudo está perdido. Outros candidatos carimbados escalados para esse desserviço não foram eleitos. Mas há reflexão: qual é a diferença entre o candidato Tiririca que se fez de palhaço com aqueles candidatos que falam com seriedade e conhecimento e nos faz de palhaço. Itapira deu a Tiririca, sem nada fazer, por nada que fará 2.170 votos.

 

A noite esfriou, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia. O PT continua sendo um partido admirável. No seu meio, além dos oportunistas históricos e de primeira viagem, tem a turma que não aprendeu ou não aceita ser situação. Quer ser oposição eterna. Na falta, opõe-se a si mesmo, feito escorpião. Mais uma vez essa turma ofereceu ao lado contrario, com a mão beijada, a pauta que eles não tinham. Às vezes eu fico pensando: se o PT fosse perfeito, coerente, como a torcida contra tanto proclama, a cantada mexicanização seria mais do que realidade próxima. Deus me livre e guarde!  

 

Que futuro estará reservado ao PT de Itapira? Perde, de novo, o bonde Lulista e o do próprio PT Estadual e Federal. Aos deputados estaduais do partido não conseguiu oferecer mais do que 1.390 votos, aos federais, 1.599. Mercadante teve que se contentar com 7.707, Marta com 7.128 e Dilma com 8.645. Sem comentários.

 

Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta.

A vitória de Barros Munhoz foi acachapante.  Os votos itapirenses representaram pouco mais de quinze por cento da totalidade dos votos que ele recebeu. Poderia jogá-los fora juntando, inclusive, a votação nas vizinhanças. Fora dessas bandas amealhou mais de sessenta por cento. Pensar que tinha gente na cidade que acreditava piamente que ele estava com a esta eleição ameaçada e politicamente, morto e enterrado. E agora? Totonho conquistou no município 74% dos votos válidos dados aos candidatos à assembléia legislativa. Conseguiu a maioria qualificada. A conseqüência é clarividente. Munhoz quebrou o estigma da rejeição plantada nos últimos anos. Seus opositores, fragilizados, sem cacife político e competência, dificilmente esboçarão reatividade. Voltamos à liderança única. O grupo político festejado pelas grandes conquistas de 2004 e 2008 deixará uma base contrária ao ex-prefeito significativamente menor. Herança lastreada na inépcia política e administrativa.

     

 

Se você gritasse, se você gemesse.  Sozinho no escuro, qual bicho-do-mato.  Marina Silva prestou um grande serviço à democracia. Ela ficou maior que o partido dela. Os votos que recebeu em Itapira não vieram do PV de Itapira, apesar do partido governar a cidade há seis anos. Tal qual o PT daqui, o PV deixou o bonde passar. 

 

 

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora? Não nego as severas críticas à configuração e organização partidária e ao sistema eleitoral vigente no país por ferir o principio da representatividade e igualdade dos candidatos. Apraz-me, entretanto, o período que antecede e sucede as eleições. Parece conversa de sádico, mas não é. O período eleitoral revela a cada oportunidade, o perfil da nossa gente e o desejo de melhorar da maioria. Um processo que se ajusta e evolui. Faz-se de tudo para que as coisas fiquem como está. Mas não ficam. É esperança.

Como vejo poesia na política e no sistema eleitoral chamei Drumond para me acompanhar neste texto. Só não sei se ele veio com o José ou com o Mané? 

 

Fonte: Nino Marcatti

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Outros artigos de Nino Marcatti
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

854 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções