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Itapira, 24 de Abril de 2024
Artigo
25/09/2010 | Eleições: vivendo e aprendendo

Parece fácil votar. É só escolher os candidatos. É aí que a porca torce o rabo.

O voto só é consumado na urna. Mas é construído ao longo dos mandatos e dilapidado na campanha eleitoral. Ele reflete mais do que uma opção. Sacramenta a postura política do cidadão votante e revela a visão de mundo que ele tem. O lastro está na experiência de vida, na sensibilidade. Não na capacidade intelectual do eleitor. É fundamental, entretanto, o exercício constante e a manutenção das regras. Repare. A maioria das pessoas, que você deve conhecer, não vota no candidato por interferência das pesquisas ou pelas influências diretas de pessoas ou pela mídia. Pode, quando muito, não se expor, não querer arrumar confusão. A escolha sempre recai sobre o conjunto da obra do candidato, na identidade de postura, no sentimento das condições de vida atual e na percepção de futuro. Menos de vinte por cento dos eleitores deixam-se manipular. A maior parte vota com a convicção da escolha correta. Basta que não se crie confusões para confundir a capacidade de análise do eleitor. Pois, é na reunião das escolhas, no conjunto da população, que se conduz ao melhor candidato. Aquele que deve ser eleito. Independentemente dos equívocos e das desesperanças, na eleição seguinte, o processo é retomado. Vai-se atrás da correção ou da manutenção. 

Os erros na escolha podem ser atribuídos à democracia relativa de outrora, à ditadura militar, à fragilidade dos partidos e às estratégias eleitorais adotadas pelos candidatos. A consistência partidária só virá com o enquadramento ideológico do eleitorado. Demanda tempo.  As estratégias, nem todas são negativas, umas visam o eleitor, outras focam as campanhas adversárias.

Na campanha presidencial deste ano, o principal candidato opositor adotou uma estratégia confusa. Deixou de se apresentar como alternativa de governo e agarrou-se na esteira da continuidade. Evitou, até o limite, as críticas a Lula e escondeu o ex-presidente FHC do seu palanque virtual. Diante da possível derrocada, lançou, tardiamente, as denuncias da quebra de sigilo da Receita Federal e o esquema de tráfico de influência na Casa Civil.  Transformou o fator positivo da denuncia em recurso eleitoreiro descabido. Em 2006, usou-se esquema semelhante. Emplacaram o segundo turno. Pela tendência apontada nas pesquisas, neste ano, corre-se o risco de não funcionar.   

Itapira terá uma eleição proporcional “sui generis”. O grupo contrário ao político Barros Munhoz não lançou candidaturas da cidade. Deixou espaços. Optou por apoios pulverizados e tímidos a candidatos externos. Levou à orfandade os eleitores não “totonhistas”. Eu corro o risco de morder a língua, mas conhecendo a sagacidade do ex-prefeito, não desconsidero a hipótese de que na ocasião do lançamento da sua candidatura a deputado federal, um plano astucioso estava engendrado. Chamou para cá, candidaturas de cidades vizinhas à assembléia legislativa oferecendo-lhes a transferência do seu prestígio. Lance que pode ter sido decisivo para que possíveis candidatos locais desistissem da luta, por conta da insipiente densidade eleitoral agregada. Devaneio ou não, é fato que ninguém se apresentou para o cadafalso. Ao oficializar a desistência federal e assumir a candidatura estadual, curiosamente, um dos dois candidatos vizinhos entrou em rota de colisão com o padrinho. Manteve-se na pretensão e briga para ter no município uma expressiva votação. Podemos colocar tal atitude no campo da ingratidão ao amigo do peito e irmão camarada? Desconfio, sem provas, que é mais do que gratidão. Vejo lógica noutro raciocínio. Barros Munhoz sabe que parte dos eleitores itapirenses não vota nele de jeito nenhum. Uns por ideologia, outros por motivos variados. Logo, por que deixar esse cabedal, liberto, sem controle, permitindo que forasteiros avancem, também, na faixa intermediária de disputa? Uma guerra de mentira é melhor do que uma briginha de verdade. O futuro bem próximo mostrará a concretização ou a fumaça da minha imaginação.

Barros Munhoz não esteve na liderança do governo estadual e na presidência da ALESP a passeio. Deverá ser um dos estaduais mais votados do seu partido. Será eleito. Os seus olhos, no entanto, não perderão Itapira de vista. Sabe que as eleições 2012 começarão logo após a apuração dos votos. Terá nelas, talvez, a última chance para recuperar o comando político da cidade. Até a faixa dos dezoito mil votos não poderá contar tantas vantagens. Acima dos vinte e dois mil votos, além do enfraquecimento dos seus contrários, poderá realizar o sonho.

A escolha dos candidatos é uma decisão pessoal e intransferível. Deve-se esperar que a maioria das pessoas pense do mesmo jeito e respeitar a decisão coletiva. O cerne eleitoral.

Declaração de voto – Não segredo as minhas escolhas. Dilma - presidente. Mercadante -  governador. Marta Suplicy - senadora. Ricardo Young – senador (apesar de Netinho integrar a chapa da coligação da Dilma, não consegui reunir coragem suficiente para votar em Netinho). Jilmar Tatto – Deputado Federal. Gerson Bittencourt - Deputado Estadual.

Fonte: Nino Marcatti

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