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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
26/06/2011 | Já não se fazem mais vices como antigamente!

Bons tempos aqueles em que os vices quase nada refletiam sobre as campanhas políticas ou sobre os governos instalados. Tempos em que o vice era usado como uma figura decorativa ou como paga pela doação financeira ou como recompensa pela fidelidade depositada ou como acomodação para as divergências internas. Poucos funcionavam como alavanca da candidatura principal e quase nada participavam do dia a dia do executivo, quando eleito, salvo em caso de férias, doenças, renúncia, impeachment ou morte do titular. Bons tempos para os vices daquela época. Pagavam apenas o preço da obscuridade.

Quando Lula lançou José Alencar, não repetiu a toada. Acabou com o sossego e ostracismo dos vices. Buscou a robustez que a chapa carecia. Queria Alencar para aparar arestas anticapitalistas que pesavam sobre ele. Mas sabe como é: quando há exigências na partida, há contraparte. José Alencar tornou-se o vice-presidente brasileiro mais participativo, mais conhecido e mais amado da história.    

Antonio Carlos Martins, o atual vice-prefeito de Itapira, seguiu na polia. A presença dele foi decisiva na eleição de Toninho Bellini. Deu consistência e segurança para os eleitores que ansiavam por mudanças, mas tinham receios. Eleito, Martins chamou para si a responsabilidade dos novos vices. Sem fazer proselitismo barato, ele ocupou o vácuo criado pelo prefeito, representando-o na maioria dos acontecimentos da cidade, contatando com as pessoas de forma elegante, alegre e bem disposto. Sempre que foi ouvido, produziram-se bons resultados. Usou a chama política que tem para sentar-se ao lado dos oposicionistas, sem medo, nem asco.  Ganhou, também, notoriedade e respeito: dos favoráveis, contrários e neutros. Está, hoje, acima da crítica.

O vice de Dilma, Michel Temer, também não foi chamado por acaso. Levou para a candidatura uma estrutura partidária, contestada e fisiológica, porém vigorosa, o PMDB. Eleito, tem a incumbência de auxiliar a presidente na costura politica da base governista.  

Alencar, Temer e Martins subiram degraus, sem ferimentos na discrição do cargo.

Prova de que o processo de valorização dos vices está consolidado, basta a analise do que está acontecendo, aqui, a quinze meses das eleições. Por conta dos burburinhos que rolam, podemos avaliar a importância que eles ganharam. Fixemos, pois, nas duas candidaturas que devem polarizar o embate eleitoral do ano que vem.

Enquanto rola a briga interna entre Dado Boretti e Manoel Marques pela indicação oficial, a escolha do vice parece estar sacramentada. Toninho Orcini é super conhecido e filho de um grande líder espiritual evangélico. Seu nome emprestará ao titular a popularidade faltante. Oferecerá à chapa seis mil votos de partida, que somados aos votos certos que os governistas deverão receber, coloca-se doze mil na conta sem grandes esforços. É pouco. Seria insuficiente para ganhar a eleição. Porém, supondo a presença de mais candidatos, uma eventual derrota, com esse número, não seria acachapante. Uma preocupação a menos, ninguém quer pagar o mico, de graça. Daria ânimo extra para buscar os votos necessários para a vitória.

A oposição nega como pode. Mas Cacá, pelos indícios, deverá empunhar a bandeira do: “o quanto Itapira perdeu menosprezando o seu deputado”. O lugar do vice está configurado. Dois nomes correm para decidir a melhor estratégia. Paganini levaria à candidata, o dinamismo e a criatividade que ele vem colocando à frente na Associação Comercial. Mais do que isso, seria uma espécie de fio terra, ligando Cacá, praticamente isolada da cidade, aos problemas cotidianos itapirenses. Paga, além das suas atuações na ACEI, está antenado nos problemas coletivos, do centro aos bairros.  Zé Alair, não fica atrás, nome forte pelas ligações que tem com setores agrícolas e empresariais do município, representaria uma idéia, cultivada a sete chaves, sobre a força que a dupla ofereceria para os itapirenses descontentes com os rumos do “Novo Tempo”. Supondo o grau de rejeição e decepção atingindo níveis elevados, como se comenta, nada como colocar na luta os dois nomes que se propuseram a evitar os eventuais desgostos provocados.

Como se vê, a construção das chapas não gravita, exclusivamente, em torno do candidato a prefeito. Antes, primeiro pensava-se no titular, depois, quando desse tempo, configurava-se o companheiro. Hoje a construção é conjunta. Qualquer erro de avaliação, nesse quesito, pode por tudo a perder. Afinal, um vice-prefeito gabaritado, pode de vez em quando, pegar as rédeas. O eleitor já sabe disso.

Fonte: Nino Marcatti

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