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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
10/01/2013 | José Carlos Barbieni: O Traficante e o Tráfico, de quem é a culpa?
Olá a todos, de volta e obrigado pela paciência em ler esses artigos sobre as drogas, espero estar ajudando e hoje vou tentar escrever sobre o traficante.
Ao ouvir ou ler a palavra traficante, talveza imagem que venha a mente seja a de um sujeito mal encarado, armado e perigoso, mas vamos primeiro a definição de “Traficante” segundo o Dicionário Aurélio e o dicionário online de português, que diz que traficante é:
“Quem frauda os negócios / Embusteiro/ Quem trafica drogas”
Quem trazia os escravos da África para o Brasil, também era chamado de traficante, essa palavra é pejorativa, indicando alguém que comercializa algo ilícito, não permitido, ou não aceito pela sociedade, como tráfico de influência, por exemplo.
Nesse contexto ainda vendo o álcool e o cigarro como droga, não seria de se esperar que os fabricantes desses produtos (cigarro e álcool) também fossem chamados de traficantes, no mal sentido da palavra mesmo? Afinal apesar dos tantos males que seus produtos causam, são chamados de Empresários e Comerciantes.
Mas vamos ao que interessa, é claro que o tipo mal encarado, sem o menor pudor em matar, sem o menor respeito pela vida alheia cujos objetivos são o dinheiro e o poder que o tráfico oferece, existe sim, pois foi moldado pelo mundo em que vive, seus valores são outros.
Tudo aquilo que gera muito dinheiro atrai ao ser humano, dinheiro ou poder levam pessoas a um garimpo, a um lugar onde haja concentração de pessoas, onde com certeza vão consumir ou comprar muito mais que em outros lugares, ou seja, onde há muitas pessoas querendo comprar, haverá quem queira vender, seja lá o que for.
Basta uma olhada nas notícias sobre apreensão de drogas para vermos que muitos dos envolvidos não se enquadram como perigosos ou mal encarados, boa parte é composta por pessoas, que só querem ganhar num “negócio” de lucro rápido, fácil e abundante, que esperam ganhar num dia de vendas, o que alguns ganham num mês de trabalho.
Se para a legislação, para a sociedade, traficar drogas é um crime, para muitos dos que hoje estão presos por tráfico era só uma forma de ganhar muito mais dinheiro que “trabalhando”, onde o raciocínio era simples: “trabalhar significa ter horário, ter que agüentar chefe, dar produção e lucro a alguém, e tudo isso pra ganhar no mês, o que se ganha num dia com o tráfico”.
Se o ganho atrai pessoas, também atrai a disputa pela fatia maior desse bolo, e a partir daí a coisa começa a ficar inescrupulosa, sem regras, valendo o “Quem pode mais chora menos”, que fatalmente leva a transformação dos valores e atitudes dessas pessoas, e nesse lado ruim do tráfico de drogas, violência é regra e não exceção.
Combater o traficante parece não surtir o efeito desejado, pois se prende um hoje, logo haverá outros no mesmo ponto vendendo o “produto”, vale a lei da oferta e procura: Se tem quem quer... Vai ter quem venda!
Não posso falar por quem quer que seja, mas é bom lembrar que da mesma forma que nunca procurei um traficante pra comprar droga, também nunca fui procurado por um deles me oferecendo, onde a escolha sempre foi minha, se eu não quero, não procuro e se não procuro, ele não vende.
Valorizar quem trabalha oferecendo respeito, salário digno, condições de crescimento profissional e financeiro principalmente aos mais jovens, parece ser um dos caminhos para se combater o tráfico, afinal enquanto nossas empresas recheiam as vagas de exigências, no tráfico se entra bem mais fácil.
A todos, muita paz, saúde e Prosperidade em 2013!
José Carlos Barbieni – Serralheiro
Técnico em informática pela Etec “João Maria Stevanatto”- Itapira-SP

E-mail: [email protected] 

Fonte: José Carlos Barbieni

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