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Itapira, 24 de Abril de 2024
Artigo
11/08/2015 | Luiz Santos: A Cruz e as Missões

 Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus

(1 Co 1.18).

As missões só podem ser compreendidas sob a ótica da cruz e de todos os acontecimentos implicados no calvário. A narrativa da cruz não é outra coisa do que uma releitura do êxodo, daquela libertação operada por Deus em favor do seu povo. Não só uma releitura, mas também o verdadeiro significado que os eventos do êxodo tipificaram. Lógico, de fato e de verdade Israel estava sob o domínio cruel dos egípcios e era explorado com trabalho escravo para a construção das grandes cidades alfandegárias de Píton e Ramsés e outras colossais edificações da arrojada arquitetura egípcia. Também são fatos históricos as pragas, a expulsão do Egito, a perseguição do faraó e a travessia do mar vermelho.

Contudo, estes mesmos eventos foram conservados em formas narrativas que não só apontavam para Cristo e sua obra, mas também exigiam sua completude em Cristo a fim de que o seu significado transcendesse aqueles eventos, para que não ficassem reduzidos ao seu contexto político-econômico como mais uma luta de classes, mais uma revolução humana e etc. É em Cristo, é na cruz que o êxodo se torna pleno de sentido e de alcance. A cruz é o momento supremo da redenção, da vitória de Deus sobre tudo quanto se opõe a Ele e escraviza a sua criação. Trata-se, pois, da libertação mais profunda sentida pelo homem: “Ele, nos tirou do domínio das trevas e nos transportou para o reino de seu Filho amado, em quem temos a redenção, isto é, o perdão dos pecados” (Cl 1. 13-14).

Nas palavras de Chis Wriht esta é a implicação: “Isso envolve a derrota de todos os poderes opressores e a reversão de todas as dimensões da escravidão que aflige as pessoas. Isso leva o seu povo a ‘livrar-se’ do problema e o conduz a um novo relacionamento com Deus. Esse novo relacionamento requer uma resposta prática de viver de forma redentora na missão para Deus no mundo”. É aqui que encontramos a relação entre a cruz e as missões. O que aconteceu no êxodo e de maneira especialíssima o que aconteceu na cruz, são antes de qualquer outra coisa modelos comportamentais para a igreja.

Grande parte da missão da igreja como povo redimido de Deus é refletir o caráter de seu Redentor na forma como devem se comportar com os outros. Isto significa que a totalidade de nossa experiência de redenção, como o perdão dos nossos pecados, a habilidade para amar dada por Deus, a experiência da Graça e da generosidade do Senhor em prover em nossas necessidades e etc., devem fluir como um viver missional em nossa vida. Veja algumas citações do Novo Testamento sobre isso:

1.Sede misericordiosos, como vosso Pai é misericordioso’ (Lc 6.36);

2.O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei’ (Jo 15.2);

3.Sede bondosos e tende compaixão uns para com os outros, sede benignos, perdoando-vos uns aos outros, assim como Deus vos perdoou em Cristo’ (Ef 4.32);

4.Portanto, assim como tendes abundado em tudo [...], vede que também transbordeis nessa expressão de bondade [...] Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, tornou-se pobre por vossa causa, para que fôsseis enriquecidos por sua pobreza’ (2 Co 8.7-9).

Observe que há um padrão aqui e esse padrão pode ser verificado na cruz onde Deus em Cristo exerceu misericórdia, amor, bondade, compaixão e abundância de graça sobre a nossa vida, e ser missional, é reproduzir essas mesmas coisas por gratidão e por obediência. Primeiro por gratidão e, depois, seguida de perto, pela obediência. Por isso mesmo é vital que mantenhamos a cruz no centro de cada dimensão da missão na qual estamos envolvidos, porque em todas as formas de missão cristã, em nome de Cristo, estamos enfrentando os poderes do maligno e o reino de Satanás, com todos os seus efeitos sinistros sobre a vida humana e sobre a criação.

E, não há outra maneira de sermos vitoriosos do que aplicarmos também em nossa vida e missão esta teologia da cruz, seus efeitos, seu significado e suas exigências éticas. Não há vida cristã vitoriosa, não há autoridade para as missões se a cruz não estiver no centro da nossa existência recordando-nos o que Deus em Cristo já fez, fortalecendo-nos para responder à Graça com graciosa obediência e consolando-nos e animando-nos na esperança de que a vitória já está garantida.

Rev. Luiz Fernando É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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