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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
25/01/2021 | Luiz Santos: A disciplina da Meditação

Já falei aqui das disciplinas da Lectio Divina e do Culto Pessoal. Em ambas está envolvida a disciplina espiritual da meditação. Na Lectio, é o passo que segue à leitura. No culto pessoal, é a necessidade de pensar nas motivações da adoração. Contudo, como disciplina espiritual em si mesma, a meditação é ocasião maravilhosa para elevar o pensamento, os afetos e o coração à presença de Deus. O primeiro passo de toda meditação é a consideração sobre alguma coisa muito específica. Se há divagação, muitas ideias peregrinas, muitas imagens formadas na mente, a meditação fica prejudicada, se é que chega a atingir essa condição. Por consideração entendemos a fixação de uma realidade espiritual que desejamos que preencha a mente, aqueça o coração e dê gozo e satisfação à alma. O exercício desta disciplina não dispensa, ao menos, alguns aspectos muito importantes da Bíblia e até da Teologia. Toda ocasião de meditação proveitosa ao crente começa sempre por considerar ‘o que Deus é’. O que Deus é como revelado nas Escrituras e como a Teologia organiza esta mesma revelação. Aqui, há grande bênção considerar, vagarosamente, sem pressa, os nomes de Deus e o que eles significam. Isto é, a ‘Teontologia’ é o melhor meio para dar início à pratica da meditação. Pensar em cada bênção, cada promessa dos significados dos ‘Santos Nomes’ nos leva a experimentar uma maior familiaridade, intimidade e desejo do Eterno. Depois dos nomes, considerar os atributos divinos e o que eles significam e como eles se articulam com a criação, a história da redenção e a nossa relação com Deus. Pensar, apenas por analogia, abstração o que significam a imensidão, a eternidade, a espiritualidade, a bondade, a santidade do Senhor, provoca em nós um senso de gravidade, reverência, dependência e adoração. Os puritanos diziam que meditar é apreciar a Cristo. Não há verdade mais excelente! De fato, pensar em Cristo, em sua excelsa pessoa, em sua geração eterna, em sua encarnação e nascimento virginais, em seu estado de humilhação e em sua forma de escravo, em seus milagres, em seus maravilhosos ensinamentos, em sua relação marcada pela humildade e pelo amor com os pecadores, enchem o nosso coração de gratidão, de amor e de anelos pelo Salvador. Meditar em Cristo necessariamente significa meditar em sua aviltante humilhação pelas mãos dos ímpios, pensar em sua dolorosíssima ‘via crucis’ em sua paixão redentora e, sobretudo, na ignomínia da cruz. Nada nos sensibiliza, emociona e quebranta mais do que pensar em Cristo pendurado no madeiro em nosso favor e em nosso lugar. Considerar na dimensão vicária de cada prego, de cada espinho, de cada laceração em sua carne, contemplar perplexos aquela sede em agonia deve levar-nos ao ódio pelo pecado, ao desespero de alma por saber que a culpa nos cabia, mas Ele foi o punido e isso deve provocar em nós prostração adorante. Rendição. Meditar em Cristo é considerar a realidade gloriosa de sua ressurreição e pensar em sua ascensão como sendo já a nossa vitória, o nosso destino juntamente com ele. E isso deve fomentar em nós uma esperança teimosa e o pleno conforto em meio as adversidades desta vida. Quando pensarmos em Cristo devemos considerar a sua volta iminente, o julgamento que ele presidirá e o Reino que será estabelecido. Apreciar a volta do Senhor nos ajuda a vencer os dias mais difíceis da nossa existência, superar o pavor da morte e a sorrir para o futuro. O Espírito Santo, claro, não só merece a nossa consideração, mas é fundamental para o Cristão apreciar a Terceira Bendita Pessoa da Trindade, sua atuação e presença na criação, na revelação da mente de Deus, em distribuir dons, talentos e habilidades aos homens, por inspirar, preservar e tradicionar as Escrituras, por preparar o mundo para a vinda de Cristo, por atuar na vida do Messias da concepção à Ascensão e por formar um povo aprazível para o Senhor. Pensar reverentemente no Espírito é considerar a sua obra em nossa salvação pessoal, da Eleição à glorificação e em sua habitação permanente em nós, conduzindo, repreendendo, iluminando e preservando. Meditar na pessoa do Espírito Santo nos enche de segurança, conforto, convicção e orientação para viver em verdade, amor e santidade. Numa palavra, meditar é considerar os aspectos mais essenciais à nossa salvação e buscar gozo, segurança e mais anelo. Podemos ainda e devemos meditar nas Escrituras, como faz o Salmo 119, por exemplo. Meditar no que é a Igreja e a sua missão, meditar nos sacramentos e o que eles significam. O importante é que de alguma maneira, meditar é observar o que segue: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4.8).

Reverendo Luiz Fernando é pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira.

Fonte: Luiz Santos

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