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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
20/03/2019 | Luiz Santos: A eliminação do Chametz

Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade” (1 Coríntios 5.6-8).

Estamos vivendo a estação litúrgica em preparação para a Páscoa de Jesus Cristo. Uma solenidade judaica que foi redefinida por Jesus na última Ceia e incorporada à liturgia cristã cada vez que a Eucaristia é ministrada. Os cristãos nem sempre estiveram de acordo com a data e mesmo a oportunidade da celebração desta festividade religiosa, contudo, a Igreja Presbiteriana no Brasil considerou em sua ‘Magna Assembleia” que a celebração desta festa poderia trazer grandes benefícios espirituais e mesmo uma excelente ocasião para o anúncio do Evangelho. Como pedagogia espiritual, a igreja estabeleceu um período de preparação para a proveitosa celebração dos eventos da cruz e a ressurreição de Jesus, exortando os crentes para uma busca mais intensa de santificação e coerência com a obra realizada no calvário. Os judeus possuem todo um sistema litúrgico que os ajuda a internalizar a mensagem da Páscoa. Um dos mandamentos centrais da festa de Páscoa para eles se refere ao ‘Chametz’ (fermento). Começando na manhã da véspera da Páscoa e se estendendo até o término desta festividade de oito dias (sete em Israel), é proibido ingerir, possuir ou mesmo se beneficiar de qualquer quantidade de fermento. O processo da procura é realizado na noite antes do Seder (Ceia ou jantar cerimonial). Imediatamente após o cair da noite, o chefe da família conduz essa busca do ‘Chametz’ que ele pode consumir ou descartar tranquilamente antes do início da festa. Pode-se comer o que encontra ou queimá-lo na manhã seguinte. Deve-se procurar em todos os cantos da casa onde é possível que haja ‘Chametz’.  Um costume universalmente aceito é o preparo de dez pedacinhos de pão embrulhados individualmente, que são escondidos em diferentes lugares da casa, antes de começar a procura. É importante que esses pedaços sejam firmes, não quebradiços, para não deixar migalhas. Aí começa a procura pela casa com uma vela de cera acesa, de um único pavio. Antes de se iniciar a busca, recita-se a seguinte Bênção: Abençoado és Tu, Eterno nosso Deus, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste remover o Fermento. Isto pode ser comprovado pelas Escrituras: “Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel” (Êx 12.15). Jesus Cristo também ordenou que fôssemos precavidos contra a presença do fermento: “Nesse meio tempo, tendo-se juntado uma multidão de milhares de pessoas, a ponto de se atropelarem umas às outras, Jesus começou a falar primeiramente aos seus discípulos, dizendo: Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1) e mais: “Advertiu-os Jesus: Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes" (Mc 8.15). Evidente que Jesus tinha em mente as muitas lições aprendidas ao longo de sua experiência religiosa em Israel e assim, lançou mão de uma ilustração comum a todo o povo que de pronto compreendeu a mensagem. Basta um pouco de fermento para que toda a massa fique levedada. Basta uma ‘mentirinha’ para que o homem seja um mentiroso. Somente necessário um pouco de malícia para que o homem seja um depravado. É suficiente um pouco de ódio contra o irmão para fazer do homem um homicida e um pouco de lascívia para que adultério esteja presente. Então, resta do apelo do apóstolo Paulo na abertura desta pastoral, bem como da tradição litúrgica de Israel e das exortações de Jesus que façamos uma busca minuciosa em cada canto e recanto de nossas almas e corações atrás da mais ínfima presença do fermento da maldade, da malícia, da hipocrisia e etc. A vela que devemos empunhar na busca desse fermento é a palavra de Deus cuja luz é o Espírito Santo. Vasculhemos e não paremos até encontrar e uma vez encontrando a presença desse fermento pecaminoso o lancemos fora, de encontro a cruz do Salvador Jesus a fim de nos tornarmos, por sua graça e bondade, massa nova, ázimos sinceros, trigos de Cristo. Que o Senhor nos dê pureza de coração para que os nossos olhos o contemplem em sua glória da qual a cruz e a ressurreição são os seus maiores arautos.

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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