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Itapira, 24 de Abril de 2024
Artigo
18/09/2013 | Luiz Santos: Adoração

 “Cantem ao Senhor um novo cântico.” (Sl 96.1)

Só o homem novo sabe o cântico novo; o velho não. O homem velho é a vida velha, e o novo a vida nova. A vida velha vem de Adão; a nova forma-se em Cristo. Neste salmo convida-se toda a terra a cantar ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que ele operou com a força de seu santo braço. A mão direita de Deus, o braço de Deus, a salvação de Deus, a justiça de Deus, é o Senhor e Salvador Jesus. Cantai salmos ao Senhor, não apenas com a voz. Juntai-lhe obras, pois o que canta e o que realiza obras louva o Senhor com a cítara e a lira.” (Agostinho, Comentário ao Salmo 96).

Este comentário de Agostino parece-me uma solene e pertinente advertência para os nossos dias. A música dita “Gospel” parece ter caído de vez no gosto do público em geral. As grandes corporações do mercado fonográfico já perceberam isso faz tempo. Também os grandes meios de comunicação de massa, ao ponto de os artistas “cristãos” receberem um “especial de fim de ano” com super exposição e mega produção. Coisa realmente profissional.

Lógico, graças sejam dadas a Deus por esta oportunidade de nosso tempo e de nossa cultura. Mas, há algumas coisas preocupantes. E elas dizem respeito tanto aos shows de música gospel como aos que cantam em nossas igrejas. Afinal de contas sempre caberá uma pergunta, o cristão tem o direito de fazer da adoração um entretenimento? É lícito entoar cânticos que exaltam nas letras o nome do Senhor com o fito de agradar os homens? Há muito que pensar.

Contudo, as palavras do grande Agostinho de Hipona permanecem atuais: “O cântico Novo Pertence ao Homem Novo”. O homem novo é aquele que nasceu de novo, foi regenerado pelo Espírito Santo, deixou para trás a vida velha e já não vive segundo o curso deste mundo, ou seja, não conforma a sua vida segundo os padrões vigentes da sociedade, não vive pelo politicamente correto, não pode cantar os louvores de Deus e ainda andar nas obras infrutíferas das trevas.

Agostinho continua sua reflexão, agora comentando o salmo 95: “Entendam todas as pedras desta casa o que cantaram. Se toda a terra canta um cântico novo, edifica-se quando canta, pois o mesmo cantar é edificar. Quem canta se edifica e edifica o outro no amor. Cantar, é próprio de quem ama a Deus. Se fores um homem novo, mesmo calando-te cantas no coração um cântico novo que chega aos ouvidos de Deus. Porque o amor é eloquentemente alto. Ame, porque o amor é a voz que se dirige a Deus, é o princípio, as primeiras notas do cântico novo. Que Senhor, fora de Cristo, é grande e digno de louvor?”.

Aqui aprendemos algumas coisas importantes para que a música cristã não sacrifique a sua sacralidade no altar da banalidade. Que a adoração não seja suprimida em face de um leviano entretenimento. Que em nome da autonomia da Arte não justifiquemos a nossa rebeldia.

1. Cantar louvores é próprio de quem ama a Deus. Amar é obedecer-lhe.

2. Vida velha e cântico novo não combinam, estão em desarmonia. Pode vender e fazer sucesso, mas não pode adorar.

3. O Cântico serve para edificar a Casa de Deus, deve comunicar verdades discerníveis apenas por quem nasceu de novo, apenas o homem espiritual discerne as coisas espirituais: “Quem não tem o Espirito não aceita as coisas que vem do Espirito de Deus, pois lhes são loucura; e não é capaz de entendê-las porque elas são discernidas espiritualmente. Mas quem é espiritual discerne todas as coisas.” (1Co 2.14).

4. Claro, a música cristã pode servir à Evangelização. Deve ser usada para anunciar as boas novas. Ela tem grande poder de atração e de despertar emoções e sentimentos sadios e preparar a mente para receber a Palavra.

Concluo dizendo que cantar, fazer parte de um grupo ou banda que produza música cristã, não é o mesmo que participar de um grupo de MPB, Rock e de qualquer outro estilo musical. Estes profissionais são artistas talentosos, muitos têm compromisso sério com a cultura, com o enlevo da dignidade humana. Deus também pode ser reconhecido através de sua produção como autor da beleza, da bondade e do amor. Todavia, os que cantam músicas que tomam o santo do Nome do Senhor, os que tocam e cantam enaltecendo as maravilhas de Deus e exaltam as obras de suas mãos, só poderão fazê-lo sem incorrer em grave pecado, se cantarem antes pela vida e pelas obras e fizer acompanhar em suas melodias o amor que só Deus merece.

Reverendo Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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