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Artigo
26/11/2013 | Luiz Santos: Advento: Por um Natal de Cristo, resgatando a festa cristã

 Uma virgem conceberá  e dará o nome a seu filho de Emanuel (Deus conosco)” (Is 7. 14).

Os estudiosos costumam classificar a nossa era de “pós - cristã”, ou seja, um período em que os fundamentos de nossa sociedade e de nossa cultura já não se reconhecem mais como cristãos. Outras filosofias, ideologias, religiões reclamam atenção, disputam espaço, exercem decisivamente influência sobre o estilo de vida, o comportamento, as relações pessoais e institucionais, bem como as tomadas de decisões mais essenciais da vida.

O cristianismo converteu-se em uma opção de um cardápio variado de visão do mundo e de sistema de valores. Não raras vezes, inclusive, tão esvaziado de sentido e propósito, que é relegado à mais absoluta irrelevância e insignificância. Claro, este estado de coisas não pode ser simplesmente atribuído à força da cultura, da hostilidade do mundo, ou de qualquer outra tentativa de explicação que isente os cristãos e a Igreja de sua culpa. Nós mesmos temos dificuldade em cultivar nossas raízes e tradições. Nós mesmos abrimos mão de nossa identidade. Nós mesmos trocamos o “Feliz Natal” pelo mundano e insípido “Boas Festas”. Muitos de nós enfeitamos a casa com o Papai Noel, e trocamos cartões com frases de pensamentos positivos, autoajuda, líderes religiosos de outras confissões e etc. Muitas famílias cristãs se preparam para o Natal como quem programa um feriado prolongado, um tempo de descanso e de folga. Contam os dias e as horas para reduzirem a memória desta festa a uma reunião social de família, compras de superfuidades e etc.

Nestes dias de pós-cristianismo outros deuses estão sendo cultuados: o deus mercado com seus nichos sedutores das vitrines, o deus prazer que reclama a atenção de nossos sentidos, o deus do entretenimento oferecendo alegria instantânea e momentânea em troca de abrirmos mão dos essenciais da fé e da vida onde se encontram as verdadeiras alegrias. É neste contexto que o Senhor nos permite mais um ano celebrarmos mais um Natal. As nossas picuinhas nascidas de um protestantismo infantil que reduz toda a vida cristã ao radicalismo de um puritanismo descontextualizado, ou o zelo cego que quer combater as idolatrias também presentes na exacerbação da festa litúrgica de outras confissões em nada nos ajudam.

Somos convidados a aproveitar com sabedoria as ocasiões. O Natal pode ser uma grande oportunidade para anunciarmos a absoluta necessidade de se confessar a vinda de Cristo em nossa carne para salvar-nos do pecado e da morte, pois quem não confessa que Ele veio na carne já está condenado. Por isso um tempo de preparo espiritual se faz mais necessário hoje em dia que no passado. Temos a urgência em recuperar o sentido cristão do Natal, se quisermos anunciar a ‘Boa Nova’ da Encarnação com clareza para uma cultura que nem sabe exatamente o que comemora.

É aqui que entra o tempo do Advento. Não é um tempo especial ou mágico. Nada nestes dias é diferente do restante do ano. Mas é uma oportunidade que a pedagogia litúrgica nos concede para retornarmos às fontes primárias de nossa identidade cristã. É como um caminho a ser percorrido até à fonte para entendermos e dar a entender porque nesta data convencional e cultural nós comemoramos o ‘Fato’ de nossa redenção iniciada na Encarnação do Filho de Deus. No Advento voltamos às antigas promessas da Bíblia, desde Gn 3.15, quando ainda no clima do desastre humano da Queda, Deus prometeu o Messias Salvador, passando pelos profetas que vaticinaram o clã, a virgem, o menino, uma cidade e até aquele que veio para preparar-lhe o caminho, João Batista, o profeta do Advento por excelência.

Depois, ao aproximar-se o dia estabelecido para a festa, nos hinos cantados na adoração e no relato do Novo Testamento (Gl 4.4; Lc 1.26; Mt 1.1-18), constatamos quando, como e porque Deus enviou o seu Filho para assumir a nossa humanidade: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Preparemo-nos para festa, para recordar e adorar a Deus com gratidão o Fato e não a data deste amor condescendente de Deus para com os pecadores. Recusemos a perniciosa idolatria do deus mercado, da religião de sentimentalismos inúteis que não resistem à ressaca da manhã seguinte. Evitemos as falaciosas discórdias quanto à validade destes dias, antes, sejamos sábios e aproveitemos a ocasião para falar do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo e anunciemos a plenos pulmões: “Quem tem o Filho, tem a vida eterna; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1Jo 5.12).

Rev. Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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