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Itapira, 20 de Abril de 2024
Artigo
18/02/2014 | Luiz Santos: As Evidências do Novo Nascimento - Parte III - A Paciência Cristã

 Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a paciência de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia” (Tiago 5:11).

A falta de paciência revela em nós ou que não nascemos de novo ou que somos infantis, imaturos em Cristo. Sem a virtude cristã da paciência o que revelamos ao mundo é a nossa carnalidade, os instintos egoístas de Adão, do velho homem que teimam em reinar em nós. A paciência é a virtude por excelência dos santos, de maneira especial dos mártires. O martírio cruento, aquele do derramamento do sangue, não deve ser procurado, nem levianamente evitado. Ele constitui uma dádiva especialíssima a alguns, por mais estranho que isso possa soar aos nossos ouvidos.

Todavia, o martírio incruento, aquele no qual derramamos a nossa vida lenta e constantemente por amor a Cristo, em santa perseverança na obediência do Evangelho e na Lei do Amor, este martírio exige a virtude da paciência cristã e a ele somos chamados. Temos uma aversão profunda pela cruz e pelo sofrimento. Não aceitamos ser afrontados, não lidamos bem com a ofensa, não sabemos perder e nem sempre sabemos ganhar. Ou despeito ou crueldade tomam de assalto o nosso coração. Quando as coisas não saem como queremos ou nos sentimos desrespeitados sentimos um senso estranho e perigoso de fazer justiça, a saber, dar o troco, vingança!

A paciência cristã é uma necessidade tão clamorosamente urgente entre o povo de Deus quanto o amor, a humildade, a piedade, o apego às Escrituras, a adoração e o serviço. Aliás, sem paciência penso que estas outras facetas da vida cristã nem são possíveis. Abraham Kuyper, pastor, teólogo e estadista holandês escreveu o seguinte sobre a paciência: “A paciência é uma posse desejável, um tesouro precioso. É um dom de Deus ao coração quebrantado e regenerado. A paciência não é uma posse comum. Raramente a encontramos, mas é frequentemente confundida com imitações chamadas ‘submissão e ‘resignação’... A paciência é um dos adornos com os quais o próprio Jesus adorna a alma após a ter limpado com a sua justiça. A paciência cristã tem pouco em comum com os seus homônimos encontrados entre os homens e mulheres que vivem como ‘bons vizinhos’ mas são estranhos à graça de Deus. A verdadeira paciência não pode crescer no coração que não foi regenerado. A paciência é fruto do Espírito Santo! A paciência deveria ser a posse de todo filho de Deus. Se não é dele quando nasce de novo, deveria crescer dentro dele à medida que cresce em Cristo.”

O fundamento bíblico para o desenvolvimento e o exercício da paciência pode ser encontrado em citações como estas: “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3.13);  “Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai?” (Hb 12.7);  “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” (Gl 6.2);  “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a lei” (Rm13.8); “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.21); “Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos” (Rm 12.17); “Quem retribui o bem com o mal, jamais deixará de ter mal no seu lar” (Pv 17.13).

Ter paciência é antes de tudo, saber esperar pelo Senhor nas provações da vida. Esperar dele a justiça e saber que em cada circunstância estamos sendo ensinados por Ele. A vida toda é para o cristão uma prova, um teste, um exercício repetitivo a fim de tornar-nos aptos para o Reino. Não levar desaforo, querer ter sempre a razão e dar a última palavra, não aceitar ser contrariado, ter pavio curto, ser explosivo, viver do ‘bateu levou’ são coisas caducas e ultrapassadas, são resquícios das obras infrutíferas das trevas, é pura carnalidade.

As grandes violências que assistimos todos os dias nos telejornais, as trágicas e patéticas mortes por brigas no trânsito, a violência doméstica sempre crescente, as irracionais depredações dos ‘Black Blocs’ e etc. são apenas ampliações da impaciência dos corações onde não reina a mansidão de Cristo cujas dimensões estão na cruz. Claro, defender nosso ponto de vista, justificar-nos frente a uma situação concreta, reivindicar direitos e etc. também são deveres cristãos. Não recebemos uma natureza de ‘sangue de barata’. Mas, temos uma palavra fiel à qual você fará bem em se apegar: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Co 10.13).

Rev. Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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