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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
24/03/2014 | Luiz Santos: Contemplativos na Ação

Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente. Estende a tua mão para curar e realizar sinais e maravilhas por meio do nome do teu santo servo Jesus" (At 4.29-30).

A Igreja é uma comunidade-comunhão de adoradores. Esta é a sua mais sublime vocação, reunir em seu seio, enquanto durar a história, adoradores oriundos de todas as nações, raças, povos, tribos, línguas e culturas. Todos os chamados para a vida, lavados no sangue do Cordeiro, nascidos de novo, terão a honra e o maravilhoso privilégio de desde agora e para todo o sempre adorar a Deus na beleza, no esplendor de sua santidade. Entretanto, esta contemplação gozosa e abençoada da face de Deus iniciada no tempo da Igreja militante, visível e subsistente nas várias expressões eclesiais não é um convite a uma contemplação ociosa e alienante. Longe disso, o êxtase experimentado na adoração comunitária na face gloriosa do Senhor é o combustível para a Missão. O zelo pela glória de Deus é o que deve impulsionar a Igreja e cada crente a ir ao encontro dos pecadores e persuadi-los em amor para que venham a Cristo. A missão da Igreja é na verdade uma cooperação requerida de Deus em sua própria Missão.

Não há que se falar em Missio Eclesiae até que compreendamos a Missio Dei. Deus é o grande interessado em Missão. Ele mesmo é o primeiro missionário que saiu a procura do homem logo após a Queda: “Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: Onde está você? "(Gn 3. 8-9). Depois disso, Ele não desistiu de sua missão redentora apesar da dureza do coração do homem. Dia após dia enviou missionários cooperadores: "Certo homem plantou uma vinha, arrendou-a a alguns lavradores e ausentou-se por longo tempo. Na época da colheita, ele enviou um servo aos lavradores, para que lhe entregassem parte do fruto da vinha. Mas os lavradores o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias. Ele mandou outro servo, mas a esse também espancaram e o trataram de maneira humilhante, mandando-o embora de mãos vazias. Enviou ainda um terceiro, e eles o feriram e o expulsaram da vinha. Então o proprietário da vinha disse: Que farei? Mandarei meu filho amado; quem sabe o respeitarão” (Lc 20.9-13).

De fato, o Pai enviou seu maior e melhor missionário: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Mais tarde, Deus comissiona a Igreja de seu Filho como cooperadora da obra missionária: Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.18-20). Se a Missão é de Deus e a Igreja participa como cooperadora, como instrumento, então não se trata apenas e necessariamente de estratégias e capacidades humanas. Muito embora elas tenham o seu lugar e devam ser valorizadas.

Contudo, porém, devido a sua natureza teológica e espiritual, as missões requerem por parte do crente e da Igreja poder igualmente teológico e espiritual. Este poder só pode ser acessado por meio da oração, da contemplação. De outra maneira corremos o risco de cair em um ativismo infrutífero, decepcionante e idólatra. As Escrituras mesmas nos convidam a este ‘empoderamento’ para as missões: “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho” (Ef 6.10-19).

Temos uma Missão eis porque foi nos dada a oração. Sejamos, pois, contemplativos na ação!

Rev. Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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