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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
15/05/2012 | Luiz Santos: Diaconia

 “Servi ao Senhor com alegria.” (Sl 100.2).

A instituição do diaconato como ministério estável aparece na Igreja por volta do ano 37 d.C na Igreja de Jerusalém, como atesta Lucas nos Atos dos Apóstolos capítulo 6. Nenhum ofício na Igreja sintetiza tão bem a vocação de cada cristão como a função diaconal. O serviço humilde e abnegado, cheio de coragem e compaixão foi a essência do ministério terreno de Jesus Cristo, que veio para servir e não ser servido. Ele mesmo indicou este caminho como a suprema realização da vida cristã em Jo 13. 12-17, com ênfase no versículo 17: “Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem.”

Os diáconos da Igreja primitiva foram instituídos para o socorro material das viúvas dos judeus de origem helênica, contudo o seu ministério jamais se resumiu nisso. Seguramente Estêvão não se tornou o primeiro mártir da Igreja por ser um exímio servidor de mesas, mas porque era uma testemunha eloquente do Senhor Jesus, um audacioso evangelista, um exímio expositor das Escrituras. Sua santidade e sua paixão pelo Evangelho levaram-no ao confronto com as autoridades do Sinédrio e seguramente a lembrança de seu sacrifício de seu amor incondicional por Jesus “assombrou” a vida de Saulo (Paulo) inteira.

Ainda no livro de Atos encontramos a singular figura do diácono Filipe, Evangelista e intérprete  das Escrituras. Com o decorrer dos anos outros gigantes honraram a ordem diaconal como Efrém da Síria cognominado a Líra do Espírito Santo devido as suas iluminadas composições de hinos e cânticos espirituais. Lourenço, administrador e dispensário dos pobres em Roma, martirizado por sua atuação criativa, corajosa e impactante junto aos pobres da “Urbe Romana” no século IIII. Há o testemunho do jovem Quatvultdeus, diácono em uma Igreja Africana no século V combatente ao lado do Grande Agostinho contra a heresia pelagiana. Há também as diaconisas Febe, Trifena e Trifosa, cooperadoras de Paulo e das Igrejas nascentes. Paula, Eustóquia, Meânia e Macrina, célebres diaconisas da Igreja Romana e presença marcante entre os degradados, marginalizados e como no caso de Macrina, a mecenas que sustentou o genioso Jerônimo quando de sua estada em Belém para a primeira tradução das Escrituras para uma língua vernacular.

Os diáconos em nossa Igreja são membros dela, leigos, trabalhadores, cada qual em sua profissão, chefes de família, inseridos no mundo com a missão de testemunhar o Evangelho e que a partir de sua nomeação acrescentaram à sua missionariedade batismal o específico ministério de servir nesta delicada área do socorro aos necessitados, do atendimento aos pobres, da organização da caridade e do serviço social em nossa Igreja. Além das questões administrativas e aquelas do bom funcionamento e conservação do espaço físico do templo e a ordem nos cultos.

Cada vez que presenciamos a ordenação e a investidura, quer de presbíteros quer de diáconos, toda a Igreja deve ser levada ao questionamento e ao aprofundamento de sua consciência missional e servidora. Cada cristão deve deixar-se desafiar em seu compromisso ministerial na Igreja. Os crentes não podem criar a cultura da terceirização do serviço por parte dos oficiais da Igreja. Sua condição de obreiro ordenado indica apenas uma especialização do serviço a ser prestado para a boa administração da casa do Senhor. Os demais membros devem ser estimulados a servirem com seus dons em outras áreas e necessidades igualmente importantes. Cada presbítero e cada diácono deve ser compreendido pela Igreja como uma espécie de sacramento vivo, um tipo de sinal sensível que indique a natureza serviçal de toda a vida cristã.

Uma vida sem envolvimento, sem engajamento, sem resposta ao chamado é uma caricatura do Evangelho. Demos graças a Deus pelas vidas dos nossos irmãos que atenderam ao chamado com seu sim generoso. Deixemo-nos desafiar pela solenidade da liturgia de hoje e respondamos com alegria ao Senhor: “Eis-me aqui, envia-me!”

Reverendo Luiz Fernando

Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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