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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
07/05/2015 | Luiz Santos: Espiritualidade conjugal

Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares. Quão deliciosas são as suas carícias, minha irmã, minha noiva! Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria!” (Ct 4.9,10).

Uma das realidades mais importantes a serem resgatadas no âmbito da família é a espiritualidade conjugal. Entenda-se por espiritualidade a dinâmica do casal na sua relação entre si, diante de Deus e com Deus. Foi o pecado que introduziu no mundo esta hierarquia que submete a mulher ou leva o homem a sentir-se superior ou mais digno. Na verdade, homem e mulher possuem igual dignidade criatural, trazem em si de igual maneira a imagem e semelhança com Deus e igualmente em Cristo são herdeiros da mesma bênção. Contudo, não são iguais, possuem funções e missões diferentes, não excludentes, mas complementares entre si. E é exatamente aqui, nesta tensão de diferenciação e complementariedade que se dá a dinâmica da espiritualidade conjugal.

A primeira coisa a ser destacada é que o casal são companheiros de uma viagem. Estão juntos na travessia deste mundo rumo à pátria definitiva. Enquanto peregrinam neste mundo como estrangeiros, ambos se escolheram para tornarem esta jornada mais leve, mais feliz, mais proveitosa e prazerosa a ambos. Logo, é preciso que haja harmonia, concordância, divisão de tarefas e ajuda mútua. É preciso que juntos tracem planos, estratégias, metas e que estabeleçam a rota desta viagem.

A primeira exigência para o estabelecimento de uma espiritualidade conjugal saudável é o diálogo franco, aberto e respeitoso. O diálogo serve para aprofundar o conhecimento da alma, da psique, dos sentimentos do outro. O diálogo deve ser frequente, abundante, a Internet, o Facebook e a TV não podem de maneira alguma empobrecer ou usurpar o lugar do diálogo entre o casal. O diálogo é terapêutico, curativo, nele é possível expor as feridas da alma, os arranhões e as machucaduras obtidos durante a passagem por caminhos mais difíceis e mais escuros desta viagem.

Uma sólida espiritualidade conjugal reclama uma amizade preferencial entre si. Não é possível que homem e mulher possuam amizades mais íntimas, mais confidentes, mais frequentes do que entre si. Esta amizade preferencial não é excludente evidentemente. Não deve isolar o casal da vida social e da interação com o mundo. Todavia, a amizade entre si é a base para que haja confiança, respeito, prazer da companhia, estabilidade emocional e afetiva e leveza da alma. A amizade é algo que deve ser cultivada por momentos de lazer vividos juntos, por troca de gentilezas e elogios.

Para que haja uma espiritualidade construtiva entre o casal é preciso que ambos exerçam sobre o outro uma amorosa mentoria ou direção espiritual. Isto é, que quando a correção, a crítica ou uma advertência precisar ser feita que ela seja realizada com amor, com franqueza, com firmeza, com ternura e sempre desejando e demonstrando que o que se quer é a felicidade do outro.

Espiritualidade conjugal tem tudo a ver com intimidade sexual. A união sexual de um homem e uma mulher nos contornos do matrimônio é uma dádiva do paraíso ainda antes da Queda. A sexualidade é um presente de Deus para que o homem e a mulher experimentem aqui nesta vida e durante o transcurso desta existência a indizível felicidade que Deus tem em si mesmo na intimidade da Trindade. Portanto, uma espiritualidade livre de escrúpulos doentios, sem afetação ou perfeccionismo passa necessariamente pela vida sexual do casal. Vida sexual abundante, casta, sem a contaminação da pornografia ou sem a doença da perversão. Intimidade sexual que revele carinho, amor, respeito, desejo, satisfação, realização pessoal na recepção sem reservas do outro e na entrega incondicional de si mesmo.

Para os cristãos a sexualidade faz parte integrante do culto espiritual e integral que o homem e a mulher devem prestar a Deus em tudo dando graças. Vale lembrar aqui que sexualidade não se trata tanto de ‘genitalidade’, mas de todo um ambiente onde ambos se sintam desejados, onde ambos percebam que suas presenças encantam e são necessárias.

Para que tudo isso dito seja de fato e de verdade eficiente, lógico, que a espiritualidade supõe que marido e mulher leiam as Escrituras juntos, que orem, e cada qual ore pelo cônjuge. É evidente que precisam edificar-se mutuamente e que o homem precisa assumir e exercer em favor de sua mulher o seu ministério de pastor e sacerdote do lar cumprindo o que a Escritura lhe prescreve em Ef 5.25-32 e a esposa, como auxiliadora idônea, deve corresponder ao seu amado conforme ensina o mesmo apóstolo um pouco antes em Ef 5. 22-24.

Que no mês dedicado à família na Igreja Presbiteriana busquemos uma vida de excelência espiritual na dinâmica conjugal.

Rev. Luiz Fernando é Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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