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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
12/12/2017 | Luiz Santos: Gaudete: A Alegria do Senhor!

O terceiro domingo da estação litúrgica do advento é chamado de domingo gaudete ou domingo da alegria. Recebe este nome, desde a antiguidade cristã porque as antífonas, hinos, orações e leituras se iniciam ou fazem alusão ao tema da alegria nas Sagradas Escrituras. Recebe também esta nome devido à proximidade das festas natalinas, cuja expectativa já nos enche de santa e piedosa alegria. A alegria é uma graça do Espírito Santo, uma qualidade do coração redimido e uma condição sem a qual é impossível servir ao Senhor. Esta alegria não pode ser artificialmente produzida ou arranjada, não é possível adquiri-la ou dar em troca qualquer coisa para então possui-la. Um coração convencido de que os seus pecados foram perdoados, de que é especialmente amado por Deus como um filho, se enche de alegria e exultação. Uma alma marcada pela graça redentora de Cristo, que recebeu dele a justiça obtida por sua retidão e por sua satisfação na cruz, não pode não ‘derramar-se’ de alegria e felicidade por sua nova posição e nova condição de ser aceito na presença de um Deus santo. Uma mente abastecida e iluminada pelo Espírito Santo abandona as trevas da ignorância e consciente da transformação operada pela regeneração, agora com uma nova natureza, pode alegrar-se no conhecimento do Evangelho e num viver santo diante de Deus e com os seus irmãos. Assim, a vida cristã é toda ela marcada pela alegria do Senhor, isto é, o cristão participa da alegria do próprio Deus. Essa alegria espiritual, santa, não nos impede de padecer aqui e agora, muitas tristezas, não poucas decepções, frustrações de toda ordem e desconfortos vários. Antes, a tribulação faz parte inerente do ser cristão e de nossa condição de santos vivendo em um mundo caído, com a presença do pecado e todas as contradições e infelicidades que esta presença acarreta. Contudo, a alegria do Senhor que o cristão carrega no seu coração lhe dá força para não sucumbir e cair fatalmente na desesperança e ser consumido pela tristeza. Esta alegria faz com que o cristão suporte com ânimo renovado a cada dia o enfrentamento de sua realidade histórica, exatamente porque ela nasce das afirmações da Palavra de Deus, na qual recebeu a capacidade de crer pela presença do Espírito de Deus nele, que diz: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.35-39). O cristão não é deixado à mercê do absurdo e da falta de sentido para os acontecimentos de sua vida, antes sua alegria é renovada sempre que toma posse das afirmações da Palavra de Deus que não pode errar ou mentir. Há grande alegria para o cristão quando toma consciência de que sua existência aqui não é sem propósito e sobremaneira sem um propósito especial. Há para cada filho de Deus um chamado pessoal, intrasferível, incomparável para servir o Senhor. O Pai deseja que seus filhos sejam úteis, operosos, frutíferos no seio de sua família. O Pai deseja que seus filhos se realizem como pessoas e se alegrem em seu viver e por isso, convida a cada um, segundo os dons que ele mesmo concedeu, no contexto em que ele mesmo nos colocou ou para onde nos indica, para ali o servirmos. Esse serviço deve ser realizado com alegria. Sem alegria é impossível servir o Senhor de maneira a agradá-lo. E, de que alegria estamos falando aqui? Em primeiro lugar da alegria da gratidão, do reconhecimento da graça imerecida e do privilégio de servir a um Deus que não precisa de ajudadores e mesmo assim quer contar com a nossa cooperação. Em segundo lugar a alegria de poder dar um sentido, um destino, um propósito para a nossa vida que transcenda as nossas necessidades básicas ou a satisfação de nossos instintos egoístas. É aquela felicidade de que fala Lucas em Atos dos Apóstolos: “Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: Há maior felicidade em dar do que em receber " (At 20.35). Para que tenhamos vidas consistentes e plenas, aceitemos o convite deste terceiro domingo do advento, entremos na alegria do Senhor, celebremos com alegria a nossa salvação e com alegria nos tornemos arautos do Evangelho da Alegria.

Rev. Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira, Coordenador do departamento de Teologia Pastoral e professor no Seminário Presbiteriano do Sul; Professor no Seminário Teológico Servo de Cristo SP; Professor no Programa de Pós-graduação da Faculdade Teológica Batista; Presidente do Presbitério de Campinas.

Fonte: Luiz Santos

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