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Itapira, 16 de Abril de 2024
Artigo
11/09/2012 | Luiz Santos: O Cristão, a Política, a Igreja e os Políticos

"Tenham cuidado para que ninguém vos escravize com filosofias vãs e enganosas...” Cl 2.8

Correm os dias da campanha política. Meio morna é verdade, mas ela está aí. Os importunos carros de som, muitos “santinhos” e “informativos” infestam nossas garagens, e muitos sorrisos, apertos de mãos e tapinhas nas costas sem fim não faltam. Tudo isso faz parte do jogo político e de uma sociedade democrática e livre, excetuando-se os exageros, claro.

Nestes dias nossas igrejas e comunidades evangélicas são visitadas com certa regularidade por candidatos e assessores. São sempre bem-vindos para ouvir a Palavra de Deus e participarem com os filhos de Deus da adoração. É verdade que muitos são verdadeiros alienígenas, suas aparições só acontecem nessas ocasiões e depois sua indiferença para com a Igreja e aquela comunidade de mulheres e homens cristãos volta para a mais absoluta insignificância no ponto de vista da maioria deles. Não me queixo disso, é apenas uma constatação. Afinal de contas, “ninguém vem, a mim [disse Jesus] se o Pai não o enviar”.  Contudo, é meu dever de Pastor desta Igreja orientar o meu rebanho nesta tensa, às vezes perversa, mas inescapável e necessária relação com as lideranças políticas, com a política e com os eventuais oportunistas.

- fuja de um candidato que ofereça ajuda nos interesses da igreja ou que ofereça a defesa de nossa causa. O maior interessado em defender os interesses da Igreja é o dono dela, a saber, o Senhor Jesus Cristo e Ele mesmo e nenhum outro poderá defendê-la.

- Não dê confiança a um candidato que diga que quer fazer uma parceria, uma “dobradinha” entre o governo ou mandato dele a e Igreja. A separação entre Igreja e Estado não é apenas uma separação institucional, que na verdade é saudável para ambos, mas sim uma separação de natureza e propósitos. A Igreja cumpre com sua missão e se realiza, e contribui para o desenvolvimento da humanidade, da cultura e etc., fazendo o que lhe é próprio: testemunhando a Cristo e seu amor, anunciando o Evangelho, preparando homens e mulheres para servirem no mundo com os valores do Reino, cuidando dos pobres, defendendo o direito dos órfãos, viúvas e etc., .ou seja, vivendo de maneira profética emprestando sua voz aos marginalizados e desamparados. Já o Estado se torna o que deve ser, fazendo o que lhe é próprio, e nunca se intrometendo em questões religiosas e morais.

- Desconfie de um candidato que prometa terrenos, praças, facilidades. Há uma hipoteca moral nisso aí. A grande pergunta é, por que não nos procuraram antes, como cidadãos de bem querendo contribuir ou apoiar algumas de nossas iniciativas sociais? Não temos mais visibilidade agora em dias de campanha do que tínhamos antes e, de repente, parece que tudo vai ser mais fácil...

- A vida pregressa conta sim e a vida pessoal também. A Lei da “Ficha Limpa” não pode vir a ser mais uma daquelas folclóricas iniciativas que não colam, precisamos fiscalizar. Se o TSE não ajudar e não cumprir com sua função, a responsabilidade fica conosco, de fazer a escolha certa. Investigue o candidato, procure saber como está a sua “Ficha”. Veja como administra os seus negócios particulares, se é um bom funcionário. Se ele não souber administrar a própria vida o que o faz crer que ele administrará bem a cidade? Se ele não é coerente, ético e zeloso como empregado ou funcionário público o que o faz pensar que ele agirá com probidade e impessoalidade na Câmara Municipal?

- Por último, tenha cuidado com os políticos profissionais. A perpetuidade de muitas de nossas misérias, inclusive a corrupção, é a permanência dos mesmos de sempre, ou os do mesmo grupo. A alternância de poder, a rotatividade nas lideranças, o arejamento das ideias são conquistas importantes da democracia e são a maturidade do Estado de Direito. Evidentemente que só pelo fato de estar envolvido há muito tempo com a causa política não faz de alguém um ser desprezível. Existem autênticas vocações para o bem comum. Tampouco não quer dizer que um novo nome, uma novidade, possa ser de per si, uma coisa boa.

Como eu disse, o voto é uma coisa séria, que não pode ser impensado. Não pode ser passional, não pode ser seduzido (prostituído?). É um exercício de cidadania, envolve critérios objetivos e éticos. Demanda pesquisa, investigação, comparação, ponderação. Quatro anos é tempo demais para errarmos. Verdadeiramente, voto não tem preço, tem consequência.

Penso nisso, ore por isso, e vote com compromisso.

Reverendo Luiz Fernando

Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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