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Itapira, 16 de Abril de 2024
Artigo
03/04/2018 | Luiz Santos: Pós Páscoa

A Páscoa não termina no calendário cristão com o encerramento do Domingo da Ressurreição. Ainda durante cinquenta dias, até a solenidade de Pentecostes, a igreja vive o tempo pascal. A comunidade de fé explora os textos que falam das aparições de Jesus durante o período que compreende entre a Ressurreição e a Ascensão, da vida da igreja aguardando a vinda do Espírito e de todas maravilhas operadas pelo Senhor à luz da ressurreição. Um dos aspectos mais importantes desse período são os encontros de Jesus com seus discípulos e discípulas. São sempre encontros impactantes e transformadores. Nunca são encontros vulgares. Há sempre uma ação espantosa da Graça em curso. Jesus restabelece o equilíbrio ao humor das piedosas mulheres que acorrem pela manhã ao túmulo. Encontra-se com os caminheiros de Emaús para lhes tirar o torpor da mente e a frieza paralisante do coração. Devolve a esperança e a fé ao errático e desviante Tomé. E, de todos os encontros e curas, com Pedro parece ser o caso mais emblemático. Amigos desde a primeira hora do ministério público de Jesus, testemunha mais que qualificada dos prodígios realizados pelo Mestre, nenhum discípulo saiu mais decepcionado, machucado e envergonhado consigo mesmo do que Pedro nos ventos da paixão. Além da dor indescritível de perder o amigo e Mestre daquela maneira brutal, teve que suportar a dor da desconstrução do seu caráter poroso e enfrentar a sua própria miséria manifestada na tríplice negação. Jesus aparece aos discípulos na praia e ali ceia com eles, restabelecendo os antigos laços de intimidade e companheirismo. Depois, dirige-se a Pedro não para julgá-lo ou censurar-lhe a fraqueza, antes, para curá-lo. Pedro precisava de uma restauração abrangente, que tocasse no seu emocional, no seu psicológico e sobretudo no seu coração. Jesus faz isso por meio daquela conversa cheia de graça e de amor misericordioso. Agora, curado, Pedro será capaz de cuidar das ovelhas do Senhor com o mesmo amor que o curou e a partir de então, aí sim, estará pronto para testemunhar a sua lealdade para com Jesus com o preço da própria vida (Jo 21. 15-23). Assim como os traumatizados discípulos daqueles dias, nós também precisamos desses encontros terapêuticos e transformadores com Jesus Cristo, sobretudo porque vivemos numa sociedade que nos deixa perplexos e confusos a cada instante. A disseminação da corrupção em todos os níveis da sociedade, o sentimento de que o mal parece vencer e avançar a cada dia, a banalização da violência e a crescente sensação de impunidade dos malfeitores e toda sorte de inversão da moralidade e os ataques à família e a fé, nos deixam deprimidos e nos fazem sentir impotentes em muitas situações. Sem falar dos constantes escândalos provocados por aqueles que se declararam discípulos de Jesus. Escândalos dos quais não só não se arrependem, como ainda ostentam como forma de opressão, poder e escárnio. Precisamos então desses encontros com Jesus para que Ele nos devolva pureza aos nossos sentimentos, fortaleza e sobriedade mental para discernir e resistir as muitas formas de ataques, constância e perseverança no bem por um ânimo renovado e empoderado pela Graça e sobretudo um amor fervoroso e sincero por Ele. Esses encontros são possíveis sempre. Jesus vem a nós em sua Palavra, quando lemos as Escrituras, nela meditamos e a trazemos em nosso coração, Ele fala conosco, nos dirige palavras de vida eterna, palavra de autoridade e poder, palavras de cura e libertação, palavras de santificação (Jo 17.17). Jesus vem a nós quando nos reunimos para a oração e o louvor, é uma promessa dele que não pode ser quebrada: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles" (Mt 18.20). Também encontramos Jesus nas obras de misericórdia e socorro. Quando visitamos os que sofrem, é a Jesus quem encontramos: “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O Rei responderá: Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mt 25.35-40). Nesse período pascal deixe-se encontrar por Jesus, esteja onde Ele prometeu estar e deixe-se tocar por Ele para que a saúde e a alegria voltem ao seu coração. Vem Senhor Jesus!

Reverendo Luiz Fernando é Ministro na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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