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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
30/01/2018 | Luiz Santos: Se não for extravagante, não serve!

Salvo melhor juízo, esses dias ouvi uma letra de música que dizia algo mais ou menos assim: “Se não for para abalar, eu nem vou”! De repente me vi pensando em como a nossa relação com Jesus Cristo nem sempre é uma relação que abale as nossas estruturas e a dos outros. De como muitas vezes somos frios, mecânicos, formais e desafeiçoados em nossa devoção para com ‘Aquele’ que é o amado de nossas almas. Lembrei-me também de um episódio narrado no Evangelho de Lucas 7.44, quando uma mulher entra em uma sala apinhada de homens, a maioria fariseus, e se joga aos pés de Jesus. Ela banha os pés do mestre com suas lágrimas e com os seus cabelos os enxuga. Verdadeiramente uma cena extravagante, escandalosa para aqueles dias e aquela cultura. Jesus interpela o julgador Simão, seu anfitrião, que demonstrou pouco entusiasmo com a sua presença. Sequer ofereceu-lhe as boas vindas de praxe, como água para lavar os pés, óleo para perfumar a cabeça e ósculo da paz a seu ilustre visitante. Possivelmente aquela mulher era conhecida, quem sabe, por levar uma vida dissoluta, por isso Simão e os demais criticam Jesus Cristo por deixar que aquela pecadora toque em seu corpo, contaminando a ele mesmo e até mesmo o ambiente. Jesus recebe e acolhe o gesto extravagante daquela mulher. Jesus não só aceita, mas demonstra ter se agradado profundamente daquele gesto inusitado a ponto de dizer: “Portanto, eu lhe digo [Simão], os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama. Então Jesus disse a ela: Seus pecados estão perdoados" (Lc 7.47,48). E por que Jesus deseja que nosso amor por ele seja extravagante? Porque o amor dele por nós o foi. Seu amor foi tremendamente escandaloso. A começar pelo objeto amado, pecadores imundos, ingratos e maldosos. Depois, pela demonstração desse amor, ao aceitar livremente a ignomínia da cruz, expondo-se em espetáculo para os homens e os anjos ao ser levantado no madeiro, sendo exposto vergonhosamente nu, sem pudores, tendo o seu corpo dilacerado pelo suplício infringido pelos bárbaros soldados romanos. Jesus amou-nos de uma maneira que inverteu a lógica do que é prazeroso, esteticamente desejável e emocionalmente compensatório. Tanto era o seu amor, que na cruz amou ao Pai por nós e por Ele. Nada em nós justifica a extravagância e o escândalo da cruz. Assim, agora que conhecemos esse amor, não podemos nos conformar a uma relação pasteurizada, sem paixão, sem entusiasmo com Jesus. Precisamos vencer a tibieza e a morbidez do formalismo pela demonstração de um amor que cause incômodo, espécie, estranhamento nos incrédulos e nos indiferentes. Nossa paixão por Jesus deve arder em vida devocional séria, alegre, comprometida e emocionante. Nossa devoção por Jesus deve levar-nos às lágrimas de arrependimento e gozo pela alegria da salvação. Nossa intimidade com o Senhor deve encorajar-nos a lutar contra o distanciamento e o isolamento de nossos irmãos. Nossa experiência de comunhão diária com Jesus deve fomentar a nossa amizade e o nosso companheirismo leal para com os santos. Na amizade com Jesus descobrimos o sentido e encontramos a força para o testemunho, a evangelização e o serviço aos que não conhecem o seu amor. Quando temos essa vida apaixonada aos pés de Cristo, já não ligamos para os julgamentos alheios, nem pelas chacotas ou menosprezos dos escarnecedores da fé. Nosso amor fervoroso por Jesus nos força a quebrar paradigmas, a sermos criativos no modo de servir e proclamar. Não nos prendemos a receitas, tradições, costumes e metodologias, não as desprezamos de todo, mas não nos deixamos prender por coisa alguma, quando o nosso desejo é honrar e exaltar o ‘Amado’ de nossa alma, tudo o que queremos é agradá-lo e nada lhe dá mais prazer do que ver que nosso amor arrasta outros mais aos seus pés para adorá-lo. Reconheçamos nossa frieza. Peçamos humildemente um renovo do Espírito Santo para aquecer os nossos corações. Desejemos como a Sulamita do livro de cantares, jamais sentir prazer e andar atrás de outros companheiros. Sintamos de tal maneira o seu amor em nós, a nos perdoar, a nos acolher, a nos curar, que não desejemos um amor melhor e nem maior, porque seríamos os mais infelizes de todos as criaturas. Não me envergonho do meu amor por Jesus!

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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