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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
24/12/2011 | Nem tudo são flores na vida de Papai Noel.

Sempre tive vontade de ser Papai Noel de verdade.

Barriga e risadas gostosas não me faltariam, jamais.

A barba e os cabelos brancos, como a neve...

No tempo certo, apareceriam.

 

Seria muito bom.

Distribuir presentes para todas as crianças.

Sem nem olhar para a lista de comportamento.

Não precisaria.

 

Varreria o mundo. Levando alegria para todos os cantos.

Planejei o itinerário. Começaria pela Ásia e Oceania.

Depois Europa e descia para a África.

Terminando nas Américas, sem pular nenhuma ilha.

Voaria, com o trenó.

Contra o sol para dobrar a noite.

Nada de fazer esse serviço, na correria.

Nenhuma criança sem seu brinquedo ficaria. 

 

Nessa semana, na José Bonifácio.

Sentado num banco de espera. Apropriado para pai de filhas e marido.

Vi um menino chorando. Choro engolido, cansado, doído.

Ouvi seu balbuciado. - Eu quero o Playstation Três!

A mãe parecia não lhe dar ouvidos. Talvez tivesse lá, as suas razões.

Confesso! Meu coração ficou partido.

Ah, se eu já fosse o Papai Noel!

Aquele menino não mais choraria. O pedido, logo eu atenderia.

 

Não demorou muito e passou uma menina.

Chorando, mais elegante. Mas chorava...

O pai segurava-lhe a mão, como se quisesse ir embora.

Não teve jeito. Fiquei, novamente, condoído.

E atento ao que ela dizia chorosa. - Eu quero a Draculaura!

Eu nem sabia o que era isso.

Mas se eu fosse o Papai Noel, saberia.

Mais um choro, que em pouco tempo, cessaria.

 

Noutro dia, noutro lugar menos bonito.

Numa criança, magricela, lágrima na face corria.

Não queria brinquedos, ela queria comida.

Se eu fosse Papai Noel, nada, nesse caso, poderia fazer.

 

A fome se acabada hoje. Voltaria na manhã seguinte.

E assim, o ano inteiro, a vida toda. Na fábrica do Papai Noel, a cozinha é pequena.

Lá se faz apenas brinquedos.  Criança com fome, não tem força para brincar.

É fome perene.  Os números são alarmantes, minha gente!

No mundo, trinta mil crianças morrem por dia, por falta do que comer.

No Brasil, quase a metade dos menores de cinco anos...

Isso mesmo, quase a metade, sofre de crônica anemia.

Que belo Papai Noel eu seria?

 

Natal é alegria, mas tem o espírito que nos chama à reflexão.

Chama ao sonho.

E acabar com a fome do mundo e do Brasil.

É difícil, mas não é um sonho irrealizável.

Precisa, talvez, ter um monte de gente sonhando.

Convido-o, portanto, a sonhar comigo!

Quem sabe um dia...  

Feliz Natal a todos.

Fonte: Nino Marcatti

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