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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
27/01/2013 | Nino Marcati: A Esperança de Itapira pode passar pelo Hotel Fazenda.

 

Não há grande ideia, daquelas que transformam a nossa civilização, livre dos ataques contrários ou das ações de resistência à sua consolidação. No âmbito da história universal, entre tantos casos, podemos destacar o heliocentrismo que tirava a Terra do centro do Universo, a prensa de Gutenberg que expandiu o conhecimento através da reprodução dos livros e mais recentemente o mundo cibernético que não vive processo diferente.

Nacionalmente, como reagiram os brancos à ideia da abolição da escravatura? Neste século como foram encaradas as propostas do Bolsa Família e do Enem? Em Itapira, como reagimos à criação e à desativação do Hotel Fazenda?

Será que a intolerância às ideias transformadoras não fogem do foco e buscam nas contrariedades pessoais, político-partidárias ou religiosas as fundamentações justificadoras das nossas incompreensões?

É mais fácil olhar e entender o passado. Difícil é compreender e traçar o futuro.

Em 2001 quando o então prefeito Barros Munhoz inaugurou o Hotel Fazenda, nasceu entre OS seus adversários, entre eles este que voz escreve, uma ideia diminuta do projeto que ele propunha. Enquanto os oposicionistas viam naquele empreendimento favorecimento político ao proprietário das terras e exploração hoteleira indevida por parte do município, hoje, com um pouco de boa vontade é possível perceber a amplitude daquela iniciativa. Não se tratava de transformar aquelas terras num hotel fazenda qualquer, com o objetivo único de atingir em médio prazo um faturamento mensal que superasse as despesas. Mas colocar Itapira em mais uma atividade econômica que desabrochava, a passos largos, naquela época: o turismo rural.

Era preciso um hotel fazenda com qualidade nos serviços para servir de base ao projeto. Foram associadas as atividades agrícolas e pecuárias na própria fazenda, além de ações ligadas ao ecoturismo e incentivo aos pequenos agricultores no desenvolvimento de produtos orgânicos e artesanais. Mas para que mais agricultores aderissem, o projeto precisava andar. Investimentos eram necessários. Os turistas do hotel visitavam, com frequência, as propriedades rurais que ofereciam bons produtos e lucravam com as visitas.

Com a mudança no comando municipal, cabia aos novos administradores encampar a ideia, dar sequencia ou melhorar a caminhada para o turismo rural ou, simplesmente, encerrar as atividades do Hotel Fazenda já nos primeiros meses de governo. Optaram pela pior solução. Desmontaram o projeto original em curso, assumiram a manutenção do hotel, mas não deram vazão aos investimentos requeridos. Não bastasse isso, abandonaram a área agropecuária produtiva da fazenda, quebraram o ritmo e a qualidade dos serviços hoteleiros, assistiram a redução das reservas, insistindo no funcionamento lastreando-se do aporte do tesouro municipal.

Para Munhoz, penso eu, colocar Itapira no robusto caminho do turismo rural, que chega a levar às cidades adotantes milhares de turistas todos os meses, seria tão ou mais importante do que o projeto industrial desenvolvido por ele na última gestão, atacando, dessa maneira, os quatro grandes grupos econômicos presentes no município: indústria, comércio, serviços e agropecuária.

Cabe à nova administração avaliar a retomada do projeto hotel fazenda atrelado ao turismo rural. Cabe a nós, cidadãos, entender que o desenvolvimento civilizatório só se faz com coragem, determinação, ousadia, parcerias e uma pitada de boa sorte.  

Fonte: Nino Marcati

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