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Itapira, 24 de Abril de 2024
Artigo
17/11/2013 | Nino Marcati: Os esgotos das nossas vidas!

Costumamos apostar todas as fichas na Educação. De fato, sem ela, nada pode ser melhorado. Somos levados a acreditar que bastam escolas melhores, professores comprometidos, alunos interessados e apoio familiar à boa educação para construirmos uma nação próspera e decente. Cada vez mais eu me convenço de que a prosperidade pode estar intimamente ligada à Educação, mas não à decência.

Vivemos a era do chamamento ético. Todo e qualquer cidadão - brasileiro na parte que me toca – não faz a menor cerimônia para invocar o conceito filosófico que fundamenta a moral orientadora do comportamento humano.

As ações cotidianas não estão associadas, necessariamente, à educação, ao conhecimento e, muito menos, ao saldo da conta bancária. O comportamento humano, em sociedade, se pauta em regras (normalmente priorizadas nos interesses de enriquecimento ou de sobrevivência), nos tabus (muitas vezes pregados na ignorância ou no preconceito) e nas convenções estabelecidas (nem sempre com participação efetiva de todos os membros). A ética vem do conhecimento extraído da investigação do comportamento humano associado à moral de forma racional, com fundamentação teórica e científica.

Na prática, ética e moral trabalham as bases que guiam a conduta do homem, tentando determinar o caráter, o altruísmo e as virtudes. Regras básicas para a vida em sociedade.  

Na teoria, moral vem das regras aplicadas, consolidadas e usadas por cada cidadão continuadamente. A ética é uma reflexão sobre a moral.

Talvez as maiores excrescências da sociedade brasileira não estejam fincadas, como propaladas, entre os moradores das periferias, favelas ou bairros populares, entre aqueles que ganham menos ou que mal frequentam os bancos escolares. Normalmente quando nos referimos a esse grupo nos baseamos na quantidade de ocorrências – vindas de 75% da população – um volume que dificilmente é reduzido, a pedidos, por censura prévia nos meios de comunicação.

Peguemos, então, parte da classe política, os corruptos, os corruptores, os sonegadores, os profissionais liberais descomprometidos com o juramento firmado, os professores que fazem de conta que dão aulas, os empresários que colocam a ganância acima da qualidade dos produtos ou serviços, os motoristas que desrespeitam pedestres ou matam inocentes, os consumidores de drogas que mantem a rede do tráfico em pleno funcionamento... É provável que encontremos a esmagadora maioria desse grupo entre os 25% restantes da população, provocando, talvez, prejuízos muito maiores à sociedade brasileira. Quase todos, com ensino superior.

O processo de decisão que levou a empresa ou os proprietários dos apartamentos do edifício Pierre Chaude a economizar menos de 1% do valor total do empreendimento para jogar fezes ao ar livre para o povo itapirense e ao meio ambiente é o mesmo que passa por qualquer cabeça criminosa desse mundo, onde o sentimento individual prevalece sobre os desejos e interesses da maioria. Uma decisão lastreada e apoiada por cabeças pensantes, muitas vezes ornadas por conhecimentos superiores ou títulos.

Que a nossa sociedade consiga, ao menos, tirar das experiências alheias às salas de aula os subsídios necessários para construir melhor as próximas gerações. Que assim seja! 

Fonte: Nino Marcati

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