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Itapira, 20 de Abril de 2024
Artigo
05/08/2015 | Nino Marcati: A democracia de conveniência

  

Temos muito há comemorar com a tenra democracia brasileira. É festejada, tal qual como ela é, pouco mais que um quarto de século. Parece pouco, mas já é o maior período democrático vivido por este país. O recorde anterior não aniversariou dezoito anos. O Brasil passou dos quinhentos.

Hoje podemos encher a boca e dizer que vivemos em um país democrático. Afinal, é possível eleger os nossos governantes, as leis são estabelecidas pelo poder legislativo, a imprensa é livre e a liberdade de expressão, respeitada. Podemos nos engasgar quando somos questionados sobre o caráter dessa democracia que ainda permite a existência de altos índices de pobreza e miséria, sobre a péssima posição entre os países com a pior distribuição de renda no mundo, a diferença de tratamento dedicada aos ricos e aos pobres, a disparidade nas oportunidades... Para ficarmos nas questões mais latentes.

Obviamente, pelo pouco tempo de exercício, não poderíamos esperar muito mais do que isso. Democracia não é um curso teórico rápido com começo meio e fim, onde um diploma garante a expertise. É um processo prático, diário e crescente. Quando falamos das grandes democracias do mundo, falamos em séculos de convivência, respeito e evolução.

Aos governantes cabe o respeito à Constituição e às Leis. O resto é no chão do dia a dia. É aí onde enfrentamos as maiores resistências, muitas delas disfarçadas e emolduradas com juras de compromisso e admiração.    

Ainda vivemos a fase da democracia de conveniência que pode ser facilmente observada nas casas legislativas, do município ao congresso nacional, onde impera o famoso “toma lá, dá cá”. Prática esta, descrita há dois mil e duzentos anos por Políbio, historiador grego, como umsistema assolado por apetites particulares, lutas partidárias e conflitos. Fora das instâncias de poder, a democracia de conveniência, se observada com atenção, permeia o nosso cotidiano, quando valorizamos a democracia que caminha de acordo com os nossos interesses e a menosprezamos quando nos contraria. É possível depreender desse raciocínio a dificuldade nas nossas escolhas eleitorais.

Exemplo prático de democracia de conveniência ocorreu na semana passada. Os sócios do Clube de Campo Santa Fé foram chamados a se manifestarem sobre uma proposta de atualização do regimento interno. Menos de cinco por cento dos votantes compareceram, como o voto é facultativo os faltantes optaram pela abstenção. Foram apresentados trinta itens, que segundo o Conselho Deliberativo, foram discutidos à exaustão. Aos presentes bastaria aprovar ou reprovar a única proposta apresentada.  

Fonte: Nino Marcati

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