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Itapira, 23 de Abril de 2024
Artigo
29/04/2015 | Nino Marcati: A internet e a liberdade de expressão

A maioria dos nascidos dos anos noventa para cá não faz a menor ideia do que é a vida sem celular, sem computador, sem internet... Os anos dois mil ainda não se apresentaram como sonhava a ficção científica nos meados do século passado com viagens intergalácticas, veículos urbanos voadores ou teletransporte de pessoas. Mas mostram recursos que nem os mais audaciosos visionários imaginaram: a internet, já colocada entre os divisores históricos, ao lado do surgimento da escrita, do nascimento de Jesus Cristo, da invenção da máquina de imprensa e da revolução francesa.


A internet trouxe o mundo para a rua da nossa casa e democratizou o conhecimento. É certo que nem tudo o que lá se apresenta é digno de confiança, mas também não se pode dizer que tudo que de lá pode ser extraído não merece credibilidade. Por isso, a grande contribuição: o desenvolvimento gradativo do senso crítico e da construção dos filtros de apuração do que pode ou não ser aproveitado para melhorar o conhecimento.

As redes sociais, filhote da internet, colocou o mundo para conversar e se relacionar. Há quem diga que isso é ruim, que o mundo passou a se resumir a um pequeno espaço isolado e que está comprometendo as relações interpessoais. Mas há quem afirme que nunca em toda história as pessoas se relacionaram tanto com outras pessoas como agora e que a necessidade das relações presenciais é inerente à raça humana e nada poderá comprometer essa condição.

Mas tem um aspecto da rede social que ainda vai dar muito que falar. Levando ao extremo o conceito da liberdade de expressão, muita gente vê nas redes sociais o caminho para se expressar de todas as formas possíveis e inimagináveis. Um mundo sem fronteiras ou limites. Muitas vezes escancarando a privacidade, outras vezes interferindo no alheio, se esquecendo de que as leis de proteção aos direitos e das garantias individuais continuam prevalecendo, além da tecnologia.

A justiça anda atenta e atuando para que a utilização dos recursos cibernéticos não acarretem danos. Muita gente está sendo surpreendida com decisões judiciais proferidas estabelecendo multas não só aos que originaram os comentários maldosos, mas todos os que curtiram e compartilharam a postagem indevida, estendendo a punição aos pais e responsáveis quando o envolvido é menor de idade.

Em Itapira já tivemos casos dessa natureza. Um cidadão resolveu armar contra um supermercado local postando a imagem de uma bandeja de carne com um mosquito morto internamente. O resultado não foi nada interessante para o pseudo denunciante.
Poucas pessoas se dão conta, mas as redes sociais têm sido classificadas como a melhor ferramenta para produzir provas contra si mesmo e delas, a abertura de processos quando menos se espera e as condenações. Talvez resida na internet, também, o aprendizado de como lidarmos adequadamente com a liberdade de expressão. Um conceito ainda cru para muitos brasileiros.
Fonte: Nino Marcati

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