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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
31/03/2013 | Nino Marcati: Aleluia!
 
Estes sábados, os de Aleluia, não são sábados quaisquer, eles finalizam a Semana Santa e antecedem os domingos de Páscoa.
 
A formação familiar católica e a opção pelos movimentos de juventude construíram em mim o período quaresmal como penitência e jejum. Hoje, daquela tradição restou o bacalhau da sexta-feira, normalmente preparado por mim. Mas, nem sempre foi assim. 
 
A quaresma era vista por nós, familiares e amigos, como um período em que não se comia carne vermelha nas quartas e sextas. A quantidade de alimentos era reduzida. Bolos e doces raramente apareciam nas mesas. O consumo de bebidas alcoólicas era moderado, às vezes, interrompido. Alguns amigos – uns mantém até hoje - escolhiam uma penitência para cumpri-la nos quarenta e cinco dias, ditos quaresmais. Havia os que passavam esse tempo sem comer chocolate ou beber refrigerante ou outra privação qualquer. Eu nunca cheguei a tanto, mas o Sábado de Aleluia sempre foi, para mim, um dia especial. Era o fim de um período que eu considerava muito triste, começado no fim do carnaval, passava por uma cidade amorfa, onde nada acontecia, nenhuma grande festa, baile ou folia. 
 
Nos anos setenta e oitenta eu participava de um grupo de jovens da pastoral católica na Igreja de Santo Antonio. Esse grupo foi nomeado, a partir de uma sugestão minha como “Aleluia”. Um grupo forte e participativo, tanto nas atividades religiosas como nas profanas. Entre elas, os Jogos de Verão e a Gincana Rotaract. Fizemos bonito nos dois eventos, chegando, inclusive, ao título máximo. Fazíamos de tudo para consagrar a condição de jovem cristão.
 
O sábado de Aleluia já amanhecia radiante. Ao meio-dia mantinha-se a tradição de malhar Judas. Eis o único momento que não me animava, talvez por caracterizar aquela ação como “meio violenta”, como criança não participava, muito menos malhava. 
 
À noite dois grandes acontecimentos ficaram gravados na minha memória. A missa da vigília pascal com a benção do fogo novo, que compunha – e ainda deve compor, suponho – um rico ritual que marcava o fim da preparação para a Páscoa.  E o tradicional Baile de Aleluia, no Centrão, que depois dos quarenta e cinco dias na seca, a alegria da moçada era geral principalmente quando virava carnaval.
 
Mas o melhor do Sábado de Aleluia era o dia seguinte, que além da celebração da ressurreição, a chegada de uma nova vida, os ovos de chocolate, o almoço farto com lasanha da mamma: o fim do quase jejum. 
 
Feliz Páscoa!
 

 

Fonte: Nino Marcati

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