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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
22/06/2015 | Nino Marcati: Até quando?
Não é de hoje que bato nessa tecla. Os problemas do Brasil não se resumem às “maracatuais petistas”. Os nossos ossos são mais rígidos e maiores do que imaginamos. A corrupção, a falta de compromisso com as nossas ações cotidianas, o desejo de levar vantagem a despeito do prejuízo alheio e a manutenção dos interesses individuais sobrepostos aos interesses coletivos são os entraves para que este país nos ofereça melhores condições de vida, mais saúde, mais educação, mais segurança, mais habitação, mais tudo. É visível que parte da sociedade brasileira não pactua com as essas barbaridades, mas é visível, também, que parte desse grupo apesar de rejeitá-las, esconde-se na omissão. A maioria, no entanto, hoje menor que há vinte anos, continua agindo sob a ótica do “cada um por si e Deus para todos” ou do “livrando o meu, o resto que se exploda”.
 
No ano passado uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelou que 62% por cento dos participantes responderam que tinham pouca ou nenhuma confiança nas pessoas, entre conhecidas e desconhecidas. Só 18% disseram que confiavam nos amigos; 11%, nos vizinhos e 9% nos colegas de trabalho. Setenta e três por cento disseram confiar exclusivamente na própria família. Quando nós dizemos que a nossa família é merecedora de confiança, estamos dizendo que confiamos nas ações e nas palavras dos nossos entes queridos. Entretanto, quem está de fora, não pensa do mesmo jeito. Algo parece estar errado nessa história. E está!
 
A confiança que revelamos em relação aos nossos familiares não significa que apenas as pessoas que moram dentro das nossas casas agem de forma correta o tempo todo, mas que aprovamos o comportamento delas, mesmo quando elas cometem alguns deslizes. Deslizes que são observados e condenados pelas outras pessoas que podem padecer do mesmo mal.
 
Não é a toa que para 82% dos entrevistados, os brasileiros só querem tirar vantagem. Ora, se eu acredito que o outro quer tirar vantagem em tudo, por que eu não vou fazer a mesma coisa? Por que eu não vou enfiar no bolso valores que não correspondem à minha capacidade produtiva? Por que não vou subornar o guarda se todo mundo faz isso? Por que não tentar aumentar o meu salário de servidor público se todos os políticos são ladrões? Por que eu vou trabalhar corretamente se todo mundo só enrola? Por que vou respeitar o trânsito se todo mundo não respeita? Por que vou esperar para ser atendido se eu sou mais importante? Por que não vou jogar lixo na rua, se todo mundo joga? Enfim, quantos porquês podem ser incorporados nessa lista?
 
O que eu quero dizer, é que olhar e criticar o quintal do vizinho, ao que me parece, só tem uma finalidade: justificar as ações que consciente ou inconscientemente condenamos. Justificativas que podem até aliviar as nossas consciências, nada mais. Imaginar que as nossas vidas estão satisfeitas apenas pelo conforto que temos e oferecemos à nossa família, é um erro, que mais cedo ou mais tarde todos perceberemos. Bem que poderia ser mais cedo!
Fonte: Nino Marcati

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