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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
14/07/2013 | Nino Marcati: Bater demais faz o santo desconfiar!

 

Quando a vaia dedicada à presidente Dilma, durante a abertura da Copa das Confederações,  irrompeu a nação brasileira, os inconformados com a ascensão de Lula e do PT ao governo federal, aquietados e enfraquecidos sem bandeiras de reversão, sentiram que aquele momento propiciava ataques mortais e precisos. Quando saíram as pesquisas que detectaram a queda livre da popularidade presidencial, durante as manifestações populares espontâneas, o bombardeio estourou, os atiradores se ergueram das trincheiras e começaram a bater sem dó em Dilma & Cia. Deixando o mérito das motivações de lado, talvez seja interessante refletir se criticar os políticos sistematicamente, batendo nas mesmas teclas com violência, conduz os resultados aos objetivos desejados. 
 
Assim que a crise do mensalão se abateu sobre Lula e o PT, em 2005, as mídias contrárias ao lulo-petismo apoiadas pelos grupos patrocinados ou espontâneos que invadiram as redes sociais e blogs desencadearem uma avalanche de informações negativas e denúncias que derrubaram Lula ao mesmo patamar alcançado por Dilma nas últimas pesquisas. Dado como morto, no ano seguinte, Lula foi reeleito e quatro anos depois guindou Dilma e fez o PT crescer eleitoralmente. Outros nomes nacionais poderiam entrar na lista de superações. 
 
Em nossa cidade, quando Barros Munhoz não fez o sucessor em 2004, os seus opositores comemoraram e continuaram no tripúdio, batendo insistentemente, ora com denúncias, ora com insinuações. Apesar disso, Munhoz foi eleito deputado estadual em 2006 levando da cidade 56% dos votos válidos. Na eleição seguinte, em 2010, apenas um quarto dos eleitores deixou de votar nele, dando-lhe a maioria absoluta numa eleição proporcional. Na última eleição, o grupo que ele lidera voltou a comandar o município, esfacelando, no voto, os partidos e políticos que lhe emprestam oposição. 
 
Entendendo a crítica como ação cidadã saudável e necessária à democracia, como depreender que o exagero pode torná-la inócua, senão reforçar a imagem do criticado? Talvez o velho ditado de que ninguém chuta cachorro morto traga a melhor explicação. Mas penso em algo a mais. O processo que norteia a desconfiança popular é complexo: que interesses estariam por trás dos batedores contumazes? As críticas repetidas à exaustão, verdadeiras ou falsas, oriundas das mesmas pessoas ou lugares ou as infundadas acabam transformando, invariavelmente, o açoitado em vítima que precisa de apoio. E quando a maioria responde a esse chamado, os detratores passam a ofendê-la de inconsciente ou burra ou desmemoriada. É quando o crítico chupa o dedo, perde a razão, e o criticado recupera a posição.
 
O povo sabe separar a crítica atrelada ao interesse coletivo das formuladas com intenções pessoais, assim como sabe avaliar, colocando na balança os resultados positivos e negativos e decidir pelo saldo. O povo unido, além de não ser vencido, é sábio.
 
Resumo da ópera: é humana e cidadã a crítica aos atos dos políticos que foram escolhidos pela maioria para governar ou legislar, assim como é legítima a divulgação dela em todos os meios disponíveis, mas é fundamental o amparo do interesse coletivo e, principalmente, sem desmerecimento da inteligência do povo. 
 
Mero palpite: Dilma deverá se beneficiar do processo atual e se fortalecer, sendo reeleita no ano que vem. Caso algo dê errado, Lula sai candidato a presidente com Eduardo Campos como vice, mantendo o PT no poder. Cabe ao tempo a conferência. 
 
 
 
 
 
Fonte: Nino Marcati

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