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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
24/02/2013 | Nino Marcati: É luta sempre contínua.

Cá estamos, de novo, discutindo a fixação de salários bancados por nós, contribuintes itapirenses. Peço que esse “de novo” não seja lido no sentido de enfado e muito menos como repetição torturante ou indevida, mas como a salutar disposição da sociedade organizada - representativa ou não - em discutir os assuntos que lhe interessa. Coloco, então, a minha colher.

Ouso, primeiramente, palpitar sobre os movimentos populares. Considero incontestável a legitimidade de qualquer ação nascida no seio da população e, por essa condição, o nosso dever em reconhecê-las e respeitá-las. Esses movimentos dificilmente representam a maioria, no nascedouro. São frutos, muitas vezes, da visão exclusiva segmentada da nossa sociedade.  Basta o movimento acertar na pedida, se organizar e caminhar corretamente que ganhará o apoio popular manifestado. No entanto, erra quando confunde o sonho de uma sociedade desejada, com a realidade. Erra quando tenta passar a ideia de que somos um bando de cordeiros indefesos. Ser representante é reconhecer e valorizar os representados, é entender as queixas e os anseios, sem jamais tentar vender facilidades oportunistas ou impor, no grito ou à força, os pensamentos, por melhores que eles sejam. O autoritarismo não é exclusividade da direita. A ousadia é devida, o arroubo, não.

O povo de Itapira bem demonstrou que aprendeu a cuidar do próprio destino. Em 2004, substituiu o grupo liderado por Barros Munhoz por uma nova linha de pensamento, encarnada no sugestivo nome de “Novo Tempo”. Oito anos depois, o governo novotempista desandou, Munhoz sinalizou ter entendido o recado das urnas, Paganini se lançou na empreitada e o resto da história todo mundo conhece.

Os movimentos populares, mesmo desorganizados ou ideologizados, prestam um grande serviço à sociedade, inclusive, aos poderes constituídos eivados de boas intenções. Contribuem com denúncias, com críticas, com o despertar para novos olhares e refrigeram o centro de poder. Nem todos os governantes gostam dessas ideias, mas não me parece ser o caso do atual prefeito de Itapira.

Não vejo na fixação do valor dos salários dos secretários, dentro dos termos propostos, um grave problema social ou qualquer ameaça à nossa economia. Eles, em 2013, administrarão um orçamento na casa dos R$ 200 milhões.  A arrecadação total de Itapira não será suficiente para atender todas as nossas necessidades. Sabemos que o município recebe de volta apenas 21% do que arrecada. Os 79% restantes recheiam as burras da União e do Governo Estadual, colocando-nos na condição de pedintes. Precisamos pedir!

Em janeiro, a presidenta Dilma anunciou que colocará R$ 66,8 bilhões para auxiliar os municípios.  Pois bem! Durante os oito anos novotempistas, o deputado Barros Munhoz trouxe para Itapira – aos trancos e barrancos - mais de 110 milhões de reais, enquanto através do Governo Federal, Toninho Bellini amealhou menos de dez milhões. Não poderia ter vindo mais? Acontece que a conquista de recursos depende da vontade e empenho do prefeito, mas, sobretudo, da capacidade dos secretários em pesquisar, estudar e preparar projetos visando o enquadramento do município nos pleitos qualificados. Os recursos não caem do céu.  Erros de projeto, falta de documentos, perda de prazos, empenho agonizante, despreocupação com o bem público e desprestígio político são as características da maioria dos municípios. E quem não chora, não mama. Talvez não seja essa a melhor metodologia de relacionamento entre União, Estado e Município, mas que fazer diante da realidade brasileira? Devemos sacrificar o povo em face das discordâncias metódicas?

Setenta por cento dos votos válidos colocaram Paganini na cadeira de prefeito. Com eles, um comboio de expectativas. Espera-se que a administração pública não só seja dirigida com competência e que assegure a satisfação das necessidades coletivas, como garanta o processo de organização e avanço da nossa sociedade, dentro dos parâmetros da moralidade e probidade. O resto, a gente se vira!

Fonte: Nino Marcati

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