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Itapira, 18 de Abril de 2024
Artigo
02/12/2012 | Nino Marcati: É proibido adoecer!

Bem Sirá ensina, há mais de dois mil e duzentos anos, que Deus nos deu a ciência para que pudéssemos honrar as maravilhas Dele. Com os remédios, o médico acalma a nossa dor e o farmacêutico prepara misturas agradáveis e unguentos úteis para que as nossas obras não sejam interrompidas. A saúde, assim, se espalha sobre a terra (Eclesiástico 38,6-8).

Não deveria ser necessário chamar a Constituição Federal Brasileira para lembrar os nossos governantes de que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Ela deve ser garantida mediante políticas sociais e econômicas para reduzir o risco de doença. Deve permitir acesso universal e igualitário às ações e serviços médicos, ambulatoriais e hospitalares.  Diz, também, que o atendimento deve ser integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e da participação da comunidade na cobrança dos seus direitos. A Organização Mundial da Saúde bem define “a saúde é um estado de bem-estar físico, mental e social total e não exclusivamente a ausência de doença.”

É admissível ao governante maltratar a saúde pública em face dos seus erros de planejamento ou das suas opções políticas equivocadas ou no intuito de prejudicar a população por conta dos resultados eleitorais desfavoráveis ou pela hediondeza do desvio de dinheiro público?

O Brasil, infelizmente, ainda vive tais mazelas. Queremos pensar que os problemas vívidos por Itapira, nesse final de mandato, não estejam enquadrados nos quesitos pecaminosos. Mas os erros grosseiros e os equívocos com a saúde pública são imperdoáveis.

Será que não seria melhor apresentar à câmara municipal um projeto proibindo, terminantemente, o adoecimento dos itapirenses até o dia 31 de dezembro de 2012, tascando aos desobedientes, pesadas multas? O projeto poderia ser denominado “Doença Zero” que dificilmente receberia contestação, desde que fosse respeitado o direito adquirido dos adoentados antes da promulgação e dos acidentados. Os únicos a reclamar, talvez, seriam os requisitantes de “atestado médico”.

Antes que alguém imagine que este texto está brincando com assunto sério. Vou logo esclarecendo. Estamos, de fato, pelos últimos acontecimentos, brincando com a saúde das pessoas. A saúde pública não deveria, jamais, ser objeto de maus tratamentos, da gestão dos recursos ao último atendimento ao paciente. 

Nada justifica a unilateralidade da decisão governamental que prejudica quem está reunindo forças para superar os problemas de saúde, de si ou do aparentado. Não é justo jogar sobre essas pessoas mais problemas, menos esperanças. É, no mínimo, desumanidade.

Os pacientes que dependiam do transporte público para atendimento especializado, de uma hora para outra foram abandonados. Até prova em contrário, ninguém da atual administração moveu uma palha para evitar o corte do serviço que só retornou quinze dias depois da verba estadual estar garantida pelo futuro prefeito e pelo presidente da ALESP. Por que demoram tanto?

Nesta semana, mais uma novidade. Suspenderam as cirurgias eletivas com a alegação de que elas poderiam ser realizadas em outro momento. Dá para imaginar o que se passa na cabeça de um cidadão que esperou uma longa fila, receber a notícia – espere mais um pouco, quem sabe ano que vem! Essa administração foi marcada por denúncias constantes de falta de médicos, de remédios, de materiais hospitalares, de copos descartáveis, de papel higiênico...

Ficar doente não é um acontecimento desejado por ninguém. Mas ficar doente nas condições atuais, nem quero imaginar o que possa passar pela cabeça das pessoas que precisam de atenção. Deve passar, talvez, um monte de bobagem...

Fonte: Nino Marcati

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