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Itapira, 19 de Abril de 2024
Artigo
08/06/2015 | Nino Marcati: Esportiva: será que vale a pena?

O mundo do futebol, segundo a minha despretensiosa avaliação, caminha para três grandes tendências: o clube-empresa, onde o time se preocupa com o espetáculo e com o despertar das paixões futebolísticas; o clube-cartola, onde o interesse maior fica no bolso do dirigente; o clube da terra, os demais times que reúnem os verdadeiros amantes do futebol do território que atuam.

 
O primeiro grupo já é realidade nos países desenvolvidos. No Brasil deverá crescer muito nos próximos anos. Eu não me surpreenderei se até 2020 os grandes clubes brasileiros estiverem totalmente nas mãos de grandes empresários, afastando os carcomidos cartolas do pedaço: talvez tenhamos um Corinthians S. A. em pé de igualdade com o Chelsea, em todos os sentidos.
 
A atual crise por qual passa as grandes instâncias do futebol mostra que desta vez os tubarões caíram na malha, ou melhor, na prisão. Outros desdobramentos virão e deverão atingir os clubes da esfera profissional, grandes e pequenos. Estamos carecas de saber das “maracutaias”, sempre acobertadas.
 
Para manter o sistema funcionando, as federações organizam campeonatos e alimentam toda sorte de desonestidade, desde os acertos internos visando venda futura de atletas, até o recebimento de comissão no pagamento dos salários dos jogadores. Desonestidades patrocinadas por técnicos e dirigentes enriquecidos enquanto que os clubes, sempre à míngua, envoltos em dívidas crescentes. No interior a festa chega perto da generalização com o pouco dinheiro que entra.
 
Ter um time da cidade disputando um campeonato oficial, para muitos prefeitos é a oportunidade de tornar a cidade mais conhecida. Os dirigentes oportunistas adoram essa obsessão. Será que o prefeito não faria melhor se lutasse para destacar o município com o bom atendimento à saúde, com o maciço apoio à educação, com virtuosa criatividade cultural, com o desempenho positivo na geração de renda e emprego, com a redução acentuada do déficit habitacional, com a conservação rotineira das ruas e praças, com o contagiante respeito ao meio ambiente ou com a efetiva melhora da segurança pública? Parece que manter um time de futebol disputando um campeonato para destacar a cidade é muito mais fácil. Mas povo não pensa assim e já deu provas. Quer resultados.
 
A semana foi inquietada com a notícia de que o time de futebol da nossa cidade, mais uma vez deixou de cumprir seus compromissos trabalhistas e foi colocado na justiça para que 22 dos 28 jogadores da temporada recebam o que foi combinado. A conta, segundo eles, bate em R$ 800 mil. Os dirigentes negam. Dizem que a dívida não passa de R$ 100 mil e que havia um acordo de parcelamento em curso. Mas, o que teria levado a maioria dos jogadores a entrar na justiça?
 
Desde que o time da cidade optou por buscar jogadores fora, menosprezando a prata da casa, todos os anos tivemos notícias desagradáveis sobre a situação financeira pós-campeonato. Situação que sempre acaba vazando e leva a cidade a ficar conhecida de um jeito que nenhum itapirense de brio gosta, mesmo não sendo verdadeiras as acusações. Estima-se que desde o retorno na administração passada, a Esportiva consumiu mais de R$ 5 milhões extraídos das empresas e particulares, fora os recursos públicos indiretos utilizados. Dinheiro que poderia ser investido em várias modalidades esportivas e até na evolução das “pratas da casa” no futebol. Será que vamos continuar insistindo naquilo que não dá certo?
Fonte: Nino Marcati

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