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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
09/02/2014 | Nino Marcati: Família, amigos e felicidade.

 

Um velho ditado afirma que “dinheiro não traz felicidade”. Um conceito adotado, principalmente pelos não ricos, talvez sem tanta convicção. Pouca gente, na hora do vamos ver, deixa de correr atrás da riqueza para dar espaço à felicidade. No fundo, no fundo, acredita-se que dinheiro pode até não trazer felicidade completa, mas compra uma boa parte dela.

Pois é, segundo os estudos realizados por professores de três universidades britânicas, entre elas a London School of Economics (LSE), sobre a relação entre capital financeiro, capital social e qualidade de vida, sob o título de “Unpacking the hedonic paradox” (Explicando o paradoxo do hedonismo), a felicidade está nos laços de amizade e familiares. Nessa pesquisa, a renda só afeta a felicidade quando a pessoa não tira as questões financeiras da cabeça, mas esclarece que a felicidade, nesse caso, é menos duradoura, precisa de constante realimentação, coisa do tipo: o céu é o limite.

Como as relações sociais e familiares são mais estáveis, elas impactam na felicidade positivamente e propicia bem-estar. Disse uma das pesquisadoras: “a base financeira é instável e depende dos conceitos e valores que são ativados no contexto com o qual as pessoas avaliam a sua felicidade”. Quer dizer, para muitas pessoas o conceito felicidade depende do contexto em que elas vivem naquele momento. A chamada felicidade fracionada.

“Dentre os testes aplicados nessa pesquisa, um deles, quando os entrevistados eram induzidos a pensar na comunidade ou na família, as respostas mostravam que a renda não tinha efeitos sobre o seu bem estar. As pessoas que tinham mais relações com amigos e família tendiam a ser mais felizes em todas as circunstâncias apresentadas – se estivessem pensando em dinheiro ou não.”, concluiu a pesquisadora.

Tomei conhecimento desse trabalho em meados do ano passado. O ressuscito, agoram, depois de ouvir o lamento de um integrante de uma família itapirense, meu amigo de longa data, que me disse o seguinte: “você sabe, nós sempre lutamos muito com a vida. Somos uma família grande e nascemos pobres. Trabalhamos duro. Os mais velhos ajudavam os mais jovens. Era uma vida sacrificada, mas éramos unidos, éramos uma família. Agora, meus irmãos ficaram ricos. Eles nem sabem quanto dinheiro eles tem. Andaram brigando por dinheiro, só para ter mais, alguns nem se conversam, nem se olham. Não somos mais uma família. A gente não se diverte mais como antes. Então eu pergunto, será que valeu a pena tudo isso. Eu construí a minha vida independente deles. Estou satisfeito com o que eu tenho, estou fora dessa briga deles. Sou feliz. Mas quando eu penso nos meus irmãos, no futuro da minha família, fico triste, muito triste.”

O lamento desse meu amigo corrobora os estudos britânicos, quando mostra que devemos dar menos ênfase ao dinheiro e mais para as relações estáveis como a amizade e familiares. Enfim, não basta ter um emprego ou um negócio bem sucedido e ganhar muito para ser feliz, a felicidade nem sempre está nesse caminho.

Vale indagar: O que explica uma pessoa ter habilidade e competência para crescer economicamente, administrar todos os conflitos que esse crescimento carrega, mas insuficientes para manter a própria família unida? Incapaz de fazer amizades sinceras e duradouras? Algo pode estar no caminho errado, não pode?
Fonte: Nino Marcati

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