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Itapira, 23 de Abril de 2024
Artigo
26/01/2015 | Nino Marcati: Há males que vêm para o bem

 As mudanças que almejamos para o nosso país, seguramente, não correm com a velocidade desejada. Mas é preciso registrar, este país está mudando e para melhor!

Bem sabemos que a responsabilidade da escolha dos governan­tes é nossa, assim com entrarão na nossa conta as consequências pelas opções erradas. Sabemos, também, que a nossa sociedade ainda não oferece volume de candidatos com boa cepa e, ainda, somos cientes de que não temos discernimento qualificado na hora do voto. Pode não parecer, mas já foi muito pior.

O tempo passa e a gente acaba se esquecendo dos detalhes, encara o hoje, como se o ontem não existisse. Antigamente, o voto, apesar de secreto, não era uma escolha particular. Era com­partilhada, para não dizer coagida, através de instrumentos de poder, do patrão sobre os empregados ou de qualquer ente que se considerasse superior aos demais. E o que era pior, a popu­lação de baixa renda aceitava com naturalidade. A manipulação vinha da elite econômica que não representava mais do que um décimo da população. Formavam-se, então, os governos das minorias. Como resultado, as ações governamentais eram volta­das, prioritariamente, para os setores que gozavam de todas as atenções dos poderes executivos, legislativos e judiciários. Vem daí o pensamento popular de que rico não ia para a cadeia, não enfrentava fila etc. e tal. À maioria, os noventa por cento restantes, apenas as migalhas, pingadas às vésperas das eleições. Uma forte marca desse período é a diferença, até hoje verificada, entre os bairros grã-finos, sempre dotados de todas as benfeitorias, e os bairros populares, onde faltavam - e ainda faltam - quase tudo.

Nem precisa ser dito que aquele “status quo” interessava aos governantes. Para garantir votos bastavam alguns cuidados para com a população mais rica para tê-los influenciando os mais pobres. Sem falar que era muito mais simples atender as elites, por ser um grupo pequeno e serviços públicos, como Educação e Saúde, ficavam fora das preocupações cotidianas.

A partir dos anos noventa, a sociedade brasileira começou a se desprender do voto influenciado e passou a questionar mais as ações governamentais, compreender que a corrupção é uma erva daninha, despertar para a cidadania e a reclamar mais. Gastamos vinte e poucos anos nesse primeiro estágio. Arrisco dizer que estamos mudando de degrau.

Poderia elencar vários motivos que me levam à tese. Poderia falar das manifestações de junho de 2013, das ações do Ministério Público e da Polícia Federal, das prisões de políticos e empresá­rios... Mas prefiro pegar uma ação itapirense, que está ocorrendo neste tempo: a epidemia de dengue. Senti que estamos reagindo diferentemente, além de levar o prefeito Paganini para a guerra contra a dengue, chamou a cidade inteira a dar respostas conjuntas e identificou responsabilidades. Não há itapirense consciencioso que aprove ou dê ombros aos descuidos, que abone as resistências às vistorias ou renegue punições futuras aos reincidentes. Foi a maior reação de unidade coletiva que assisti neste mais de meio século da minha existência.

Para finalizar, Paganini pode ter sentido na pele todo o peso do que é ser prefeito de uma cidade: nem tudo o que produz de bom é reconhecido além da obrigação, mas tudo o que acontece de ruim, a carga no lombo não perdoa. Logo, sem assim foi, o futuro tem a agradecer.

Fonte: Nino Marcati

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