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Itapira, 25 de Abril de 2024
Artigo
24/08/2015 | Nino Marcati: Não basta dizer que a corrupção é mal cheirosa

Não é de hoje que essa tal corrupção faz parte das nossas vidas. Fui apresentado ao termo em meados dos anos sessenta. Eu morava em frente à casa de um senhor barbudo chamado Atílio Stefenon. Era um homem enérgico, sistemático, dotado de grande cultura, misturava tradicionalismo com certa feição ao comunismo. Ele sempre dizia que a construção de Brasília tinha sido a festa da corrupção e levou o Brasil a perder as calças.

Estima-se que os bolsos corruptos brasileiros, ativos e passivos, abocanhem cerca de R$ 50 bilhões, todos os anos. Das conversas com o seu Atílio até os dias de hoje, cansei de ouvir pessoas condenando e pedindo o fim da corrupção.

Curiosamente, ela só se fez aumentar, apesar de todo mundo querer acabar com ela... Poucos corruptos foram levados às barras dos tribunais. Nenhum viu o Sol nascer quadrado por mais de dois anos. Quase nenhum dinheiro foi recuperado. “Um absurrrdo!”, gritaria o velho Stefenon, vermelho de raiva, carregando o sotaque paulistano. Somos condescendentes com o crime. A corrupção está no executivo, no legislativo, no judiciário, nas grandes e pequenas empresas, nos sindicatos, nas igrejas, nas ongs, no nosso dia a dia. É a festa da impunidade. Um crime de baixo risco com altos benefícios.

Pelos acontecimentos recentes, parece-me que chegamos ao limite. Cansamos. Queremos punir quem coloca a mão naquilo que é do povo. Percebemos que não basta trocar governantes. Precisamos de leis severas. Sugestões não faltam.
 
Os procuradores da Operação Lava Jato, por exemplo, estão sugerindo dez medidas para mudar o paradigma de que a corrupção no Brasil compensa. Trata-se de um projeto de iniciativa popular. Todos nós podemos e devemos participar. É preciso reunir 1,5 milhão de assinaturas em pelo menos cinco estados. Quanto mais assinaturas, maior será a pressão sobre o Congresso.
 
O projeto propõe que quando o desvio superar cem salários mínimos será considerado crime hediondo. Atualmente, a pena mínima para a corrupção é de dois anos e cumprida em regime aberto. Para os procuradores, quanto maior for o dinheiro roubado, maior deve ser a pena. Propõe maior agilidade na recuperação do dinheiro desviado ou que seja fruto de enriquecimento ilícito. Além disso, pretende dinamizar os ritos processuais para evitar a prescrição dos crimes, dificultando a anulação de processos.
 
Para participar, entre no site www.dezmedidas.mpf.mp.br, leia atentamente as orientações. Imprima a ficha e colete os dados e as assinaturas das pessoas conhecidas, desejosas em acabar com a corrupção. O site esclarece todos os detalhes do projeto e orienta sobre o encaminhamento da ficha. Vamos por a mão na massa ou vamos continuar por mais cinquenta anos reclamando do cheiro da corrupção?
Fonte: Nino Marcati

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