.jpg)
Totonho Munhoz é sem nenhuma dúvida a personalidade política mais destacada e influente de toda baixa e média mogiana. É um dos poucos políticos brasileiros que pode ostentar trinta e oito anos de vida pública, ininterruptos, quase todos carimbados com o voto popular. Ele entrou para a política pelas mãos do MDB, o partido da resistência aos anos de chumbo. Munhoz se lançou candidato a prefeito, em 1976, e integrou, rapidamente, o bloco dos emedebistas mais combativos. Uns poucos que ousavam levantar a voz contra a ditadura militar. Sua fama extravasou fronteiras. Dois anos depois, percorrendo a região, elegeu um deputado, que há muito nós itapirenses não elegíamos.
Os prefeitos de Itapira, até então, dedicavam maior atenção ao centro da cidade e aos bairros mais elitizados. Totonho foi um dos primeiros políticos, no Brasil, a se voltar, prioritariamente, para os mais pobres. Seu foco era a periferia. Por conta disso, ganhou a ira dos setores mais conservadores. Levou asfalto, água, luz e esgoto para todos os cantos. Ampliou a área urbana e aliviou a pressão por moradia. Contratou uma equipe de médicos, eminentemente esquerdistas, para desenvolver um sistema descentralizado de saúde pública. E não custa imaginar: o que seria de Itapira, hoje, sem o Hospital Municipal? Uma iniciativa que foi fortemente condenada, no berço, por seus opositores.
Totonho lutou e conseguiu instalar a primeira faculdade, o IESI (Instituto de Ensino Superior de Itapira), facilitando o acesso de muitos itapirenses ao ensino superior. Ele abriu caminho para mais escolas e cursos de qualificação profissional, pavimentou a chegada da ETEC e, mais recentemente, a FATEC.
Na virada do século, durante dois mandatos consecutivos, Totonho se debruçou no desenvolvimento de um eixo industrial que mudou, radicalmente, o perfil da cidade. No eixo anterior, muitos trabalhadores só tinham serviço fixo durante a safra de cana. Itapira era tão frágil, economicamente, que bastava uma queda no preço do açúcar e a usina entrar em crise ou um atraso na folha de pagamento (da Irmãos Nogueira) ou a Festa de Maio para que o comércio da cidade se ressentisse, imediatamente.
Nesses trinta e oito anos, Totonho mudou a vocação de Itapira. Sejamos francos. Quais lideranças surgiram, nesse período, capazes de ir além do feijão com arroz? A única alternativa que apareceu, nem do feijão com arroz deu conta.
A localização, o relevo, a monocultura e a falta de mão de obra qualificada eram indícios de que Itapira se tornaria no futuro - sem a ação de uma liderança corajosa, dinâmica e empreendedora - na melhor das hipóteses, uma cidade dormitório dependente das vizinhas Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Amparo, que ganhavam empresas importantes, em profusão.
Convenhamos, a mentalidade dos nossos políticos, até então, não demonstrava tanta força de reação. A população reconhece que Totonho Munhoz é o maestro dos avanços. Não foi a dado que em 2010, três de cada quatro eleitores itapirenses cravaram o nome dele na cédula eleitoral e em 2012, José Natalino Paganini - o candidato dele - foi eleito prefeito, folgadamente.
Engana-se, entretanto, quem atribui todo mérito ao Totonho Munhoz. Ele tem sido nesses trinta e oito anos a ferramenta que o povo de Itapira elegeu para ser condutora das transformações desejadas. Desafio assumido e executado. O grande mérito, portanto, é do povo, que enxergou e apostou naquele jovem candidato de 1976. O mesmo povo que lhe deu sustentação, todos esses anos, e buscou alternativa quando achou que estava na hora de mudar, mas que o fortaleceu para as disputas de deputado e o reconduziu à liderança local quando percebeu que outro igual a ele ainda não tinha aparecido.
Carregando aguarde...
Itapira, 20 de Abril de 2024
06/02/2014 | Nino Marcati: O maestro dos avanços!
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.
17 °C
29 °C