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Artigo
27/07/2015 | Nino Marcati: O papa verde que não é palmeirense

Diversos prefeitos das cidades do mundo - entre elas, algumas brasileiras - participaram, esta semana, de uma audiência sobre o desenvolvimento sustentável com o Papa Francisco, no Vaticano. Uma ação concreta em resposta rápida à Encíclica Verde divulgada no mês passado, em que o pontífice culpa a “humanidade” pelo aquecimento do planeta e diz temer que o controle pela água por parte das grandes empresas mundiais provoque uma guerra neste século. Durante a reunião, o Papa Francisco cobrou a ONU para que adote uma “postura muito firme” contra a mudança climática na cúpula sobre o aquecimento global marcada para dezembro, deste ano, em Paris.

Diz o Papa Francisco na encíclica: “A humanidade está convocada a tomar consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo” e acusa “a política e as empresas de não estarem à altura dos desafios mundiais, depois de terem feito um uso irresponsável dos bens que Deus colocou na Terra”.

O Papa denuncia a submissão da política à tecnologia e às finanças como causa dos fracassos nas reuniões mundiais para conter o aquecimento global e a deterioração do planeta. E completou dizendo que o atual sistema econômico mundial que usa a dívida externa como instrumento de controle e os países ricos por não reconhecerem a dívida ecológica que têm com os países em desenvolvimento.

Francisco também pediu aos países ricos que aceitem os desafios para conter o consumismo e a pobreza. E assim, conclui: “Chegou o momento de aceitar certo decrescimento em algumas partes do mundo aportando recursos para que seja possível crescer de maneira saudável em outras partes”.

A encíclica foi fundamentada com a seguinte mensagem bíblica: “Nós não somos Deus. A terra nos precede e nos foi dada (...). Foi dito que, a partir da história de Gênesis, que convida a dominar a terra, incentivamos a exploração descontrolada da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e destrutivo”. “Esta não é uma interpretação correta da Bíblia”, diz o Papa: “É importante lembrar que os textos nos convidam a cultivar e manter o jardim do mundo”.

O papa Francisco é um homem admirável, menos pela representação como chefe da igreja católica, mais pela capacidade intelectual aliada à simplicidade e ao carisma com que aborda temas espinhosos, não só da sua igreja, mas da humanidade como um todo. Com suas ações, ele vem granjeando simpatias não só entre os fieis católicos, mas em outras religiões e até de grupos ativistas, como os ambientalistas, sem arrumar muita encrenca com os conservadores.

Não tenho a menor dúvida ao afirmar que o Papa Francisco se tornará – se ainda não o é - a personalidade mais influente deste início de século. Só tenho a lamentar uma coisa: tinha que ser argentino? Brincadeiras a parte, como diz a música da banda Engenheiros do Hawaii, feita para outro pontífice, mas que bem cabe ao atual: O papa é pop. O pop não poupa ninguém.
Fonte: Nino Marcati

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