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Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
23/09/2012 | Nino Marcatti: Quase sessenta.

Carlinhos completa nesta primavera cinquenta e nove anos. Ele é meu primo, em primeiro grau, por parte de mãe e, em segundo, por parte de pai.

Nossos pais foram primos legítimos, viveram, nos mesmos alqueires, juntos, até a mocidade. Eram amigos, viviam rodando as festas dos sítios vizinhos. Zico e Geraldo pegavam as estradas de terra com suas bicicletas, cavalos ou a pé para os namoros dos finais de semana. Passaram a vida carregando bom humor e serenidade. Os dois, nunca se desentenderam. Herdamos deles: a união e a paz.

Carlinhos e eu, na adolescência, avançamos o parentesco e viramos amigos. Época dos grandes passeios de bicicleta até as terras dos nossos parentes e cidades vizinhas. Passamos anos desenvolvendo um projeto de construção de um carro, inspirado nos de corrida, dotado de direção central que acionava engrenagens para o movimento das rodas da frente. Rodas de madeira, torneadas por meu pai, atreladas a um sistema de amortecedores (molas), adaptadas nos rolamentos de aço e cobertas por uma faixa de pneu de bicicleta. Chegamos a sonhar, inclusive, com a adaptação de uma bomba de poço (igual à do sitio do tio Antenor), para locomover o veículo sem o uso da nossa força física. Lembro-me de acompanharmos pela TV, preto e branco, da sala da minha casa vários programas de televisão. Em especial, a marcante descida do homem à lua em 1969, que a gente saía à rua para ver a lua e imaginar que alguém andava por lá. Esperamos com ansiedade a copa de 70, mas um acidente me impossibilitou de comemorar nas ruas. Depois esperamos pelas marchinhas de carnaval que poderiam vir pela conquista do tri. Carlinhos se transformaria, em pouco tempo, no chamado vassourinha, disputado a “tapas” pelas meninas bonitas da época, para inveja do restante da moçada.

Enquanto estudávamos no colegial do IEEESO, construímos um grande grupo de amigos. Realizamos encontros fantásticos à base de roda de samba quase sempre regados a churrasco e cerveja. Integravam esse grupo, também: Brito, Wilson, Guega, Fubá, Julio Beba, Zoroastro, Surica, Pugina, Dodo, Véia, Genésio e uma centena de jovens. Um tempo rico de atividades inesquecíveis.

No início da década de noventa, Carlinhos e eu, somado ao dinamismo do falecido Zé, e outros parentes, organizamos a festa dos Cem Anos de Brasil da família Marcati. Levantamos a ficha de todos os parentes, vivos e mortos, até aquela data. Publicamos um livro e festejamos no salão do Clube Santa Fé com mais de 700 descendentes diretos e indiretos do casal Bonifácio e Santa que aqui aportaram em 1892.

Já casados, ele com a mulher dele, eu com a minha, bem explicado, passamos a conhecer melhor o Brasil e o exterior. Vivemos grandes aventuras nas viagens em que adquiríamos apenas os bilhetes aéreos, organizávamos o próprio roteiro e contávamos com a ajuda dos nossos anjos da guarda. Histórias mil, que não caberiam neste espaço.

Como é bom festejar os aniversários e os tempos vividos, olhar para quase cinquenta anos atrás e enxergar belas histórias dos dias compartilhados com os amigos. Uma das maiores graças dessa vida.

Fonte: Nino Marcatti

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