Carregando aguarde...
Itapira, 28 de Mar�o de 2024
Artigo
04/09/2010 | O talento assusta!

Estima-se que um terço da população, de qualquer país, é inteligente. Sem entrar no mérito da variança e do processo de construção pregado pelas linhas psicológicas e pedagógicas, trato esse aspecto fundamental da personalidade humana como a habilidade de: entender idéias complexas, adaptar com facilidade ao ambiente,  aprender com a experiência, engajar nas várias formas de raciocínio, superar obstáculos com a ajuda do pensamento, compreender e aceitar o mundo como ele é, apresentar indice alto de felicidade e pegar o sentido das coisas com naturalidade e rapidez. Desse grupo nasceram as grandes idéias; as soluções humanas, científicas e tecnológicas; as empresas vencedoras; os destacáveis profissionais e os políticos de ponta...  

A inteligência das pessoas, dada as possibilidades de retorno positivo para a sociedade, deveria ser mais valorizada e estimulada. Mas não é isso que a história registra. As grandes conquistas são marcadas pela teimosia autoral. Qual seria a razão de tanta resistência e da rejeição escancarada?

Contam que depois do seu primeiro discurso na Câmara dos Comuns, o jovem Winston Churchill perguntou a um parlamentar, velho amigo da sua família, o que ele achara do seu desempenho como estreante. Sem pestanejar, o amigo respondeu-lhe: “Você cometeu um grande erro. Foi brilhante demais. Deveria ter acalmado a sua inteligência e gaguejado um pouco. Deve ter conseguido uns trinta inimigos. O talento assusta”.

Churchill foi estadista, orador, escritor, jornalista e historiador. Ganhou fama por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Era um homem que as pessoas adoravam criticar pela sua animada autoconfiança, pelo seu ego considerado exacerbado, pelos seus princípios resolutos e pela confiança transmitida em nome da certeza de estar agindo corretamente. Nada, porém, enfurecia mais seus adversários do que a habilidade nata de evoluir e de se superar diante das críticas que recebia. Dizia: “Não tenho intenção de passar os anos que me restam explicando ou retirando qualquer coisa que disse no passado, menos ainda pedindo desculpas. Quando outra pessoa o culpa ou o odeia, ou quando os homens dizem coisas injuriosas a seu respeito, aproxime-se da pobre alma deles, penetre-a, e veja que tipo de homens eles são. Você descobrirá que não há razão para se dar ao trabalho de fazer com que eles tenham uma boa opinião sobre você. No entanto, seja-lhes favorável, porque, por natureza, são amigos”.

 

Ao constatar a dificuldade das pessoas lidarem com os ninhos de inteligência nos países desenvolvidos, é imaginável a luta dessa relação nos países atrasados. No Brasil emergente, percebe-se tal desalento em todas as áreas. Na hora do vamos ver, suprema a tentativa de desmerecer as pessoas mais perspicazes. Aguça-se a acidez crítica e a concorrência desleal e antiética. Sublevação, quando conseguida, apoiada majoritariamente na mentira. Mais pelo exagero do defeito alheio, menos pelas qualidades próprias consistentes. Característica ímpar da ausência de inteligência nos dois pontos do processo.

Lula será, ao longo da historia, reconhecido pela sua inteligência. Mas quantos brasileiros o reconhecem, hoje, assim? Como pode um torneiro mecânico, vindo do Nordeste, num pau-de-arara, ser tão inteligente? Para muitos: “aí tem coisa! É a lábia dele que engana os tontos”. “Nossa! Como tem tonto nesse país”. A minha ironia é política. Mas a negação da inteligência é real, é brasileira.


E Barros Munhoz? Há quem o valorize pela sua esperteza política ou pela sua memória prodigiosa ou pela sua garra ou pelos seus atendimentos. Quantas pessoas, no entanto, valorizam a sua inteligência? E quantos tentam desmascará-la?


É certo que a inteligência delineia princípios, acomoda coerências e nem sempre são voltadas, com exclusividade, para ajudar o mundo ou promover as pessoas ou priorizar o bem-comum. Nem por isso ela deve ser jogada no lixo ou invejada por conta do complexo de inferioridade ou desconsiderada como propulsora da melhoria das condições de vida da humanidade, do equilíbrio familiar, do surgimento e crescimento das empresas, das produções científicas e culturais etc...

 

Cabe à sociedade cuidar das suas leis e diretrizes morais, da formação dos seus filhos, das reflexões éticas e das punições dos destemperos.

 

Os EUA são exemplares na exortação da inteligência. Uma boa idéia, por lá, ganha, sempre e rapidamente, investidores convictos. Além do domínio da tecnologia e de ostentar o título de maior economia planetária, tem mais da metade dos prêmios Nobel, concedidos desde 1901. O segundo lugar da lista é do o Reino Unido. O Brasil, em lugar algum, nunca ganhou esse prêmio. Até quando insistiremos no subdesenvolvimento?   

 

              

Fonte: Nino Marcatti

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Outros artigos de Nino Marcatti
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

1103 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções