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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Artigo
25/02/2011 | Paulo Andrade .Os meus comentários sobre a entrevista coletiva.

Paulo Andrade reuniu na tarde desta sexta-feira, dia 25, a imprensa da cidade, lá estavam: Tribuna de Itapira, A Cidade, Gazeta Itapirense, Rádio Clube e o Portal Cidade de Itapira, este representado por mim e pela jornalista Janaina Oliveira Moraes.

 

O encontro com o vereador renunciante não produziu as respostas que a maioria dos presentes esperava. As que vieram pouco acrescentou ao que já se sabia.

 

Se alguém poderá dizer que Paulo foi econômico nas palavras e que não respondeu com precisão as perguntas formuladas, concorrentemente, ninguém poderá negar-lhe a abertura política concedida, nem a coragem de encarar um grupo disposto a escarafunchar o episódio até fazê-lo cair em contradição ou perder-se no raciocínio. Nenhuma censura prévia foi imposta. Nenhuma pergunta foi recebida com sinal de má vontade em responder.

 

O único momento que poderia ser considerado agressivo por parte do ex-vereador, deu-se quando o repórter do jornal Gazeta Itapirense insinuou que a renúncia dele era mais uma obra inacabada, como teria ocorrido com a APAE, CASA DA CRIANÇA, ACALESP E PRAVIDA. Visivelmente irritado, cobrou precisão na insinuação, exigiu que inquirisse uma a uma e quais ele havia deserdado. Diante da reação inesperada, o repórter tentou trazer o assunto da renúncia para a pauta. Paulo aproveitou o momento para fazer um breve resumo da sua atuação. Terminou dizendo que as suas ações no campo social nunca foram interrompidas e não teceria mais comentários por não misturar uma coisa com outra. Sempre fiz e continuarei fazendo, independentemente da questão política.

 

Tentei levar a entrevista para outro patamar, mas virava e mexia, voltava-se ao ponto de curiosidade.  

 

Perguntei-lhe se ele, como especialista, concordava com a tese de que o marketing pode até levar uma pessoa a ocupar um cargo eletivo, mas não tem o poder de manter essa pessoa no exercício por muito tempo. Para ilustrar, lembrei que ele e o ex-vereador Flavio Pavinato foram os mais votados nas duas últimas eleições, depois de uma bem sucedida campanha eleitoral. Um não foi reeleito e ele era renunciante. Sem tocar no foco, na ação marqueteira, respondeu que a situação dele é completamente diferente. Primeiro que ele tinha feito uma campanha inteligente que o levou à primeira colocação. Ele está se retirando da política de livre e espontânea vontade, não pela ausência de votos. Eu saio em alta. As últimas enquetes, realizadas no município, me dão a preferência do eleitor com candidato a prefeito. Prova de que o meu trabalho foi reconhecido e valorizado.

 

Na sequencia, estabeleci a relação entre a renúncia de um cargo eletivo e o suicídio. Alguns psicanalistas vêem no ato consumado do suicida como uma agressão às pessoas que eram supostamente responsáveis por seus sofrimentos e que buscam, com a morte, colocar neles o peso da culpa e do arrependimento. Perguntei-lhe, então: você espera agredir alguém com essa atitude? A negação foi veemente. Mas reconheceu, em certo momento, que o prejuízo maior era dele, mas que poderia ser distribuído para a política e para a cidade.

 

Indaguei, também, sobre a responsabilidade de querer ser vereador e depois querer deixar de se ser, dos respingos dessa decisão nas futuras gerações e nas pessoas que poderiam estar dispostas a empreender lutas no sentido de melhorar a política e as relações entre governantes, legisladores e os cidadãos. Resumindo, você não acha que jogou um balde de água fria num monte de gente boa dessa cidade? Num primeiro momento ele disse não se sentir responsável pelas seqüelas que a renúncia dele poderia provocar na população. Reiterou o trabalho realizado. Disse ter cumprido todas as promessas eleitorais e que se afasta, temporariamente, de cabeça erguida. Está convencido de os seus eleitores apesar de decepcionados, entenderam a atitude que ele tomou. Sentiu, inclusive, o apoio dos seus eleitores.

 

Quando entramos na questão do motivo de saúde aludido na justificativa, esclareceu que goza de boa saúde. O alerta foi aceso a partir da constatação de que os entraves políticos eram os únicos que desequilibravam a sua pressão arterial. Julgava preparado para as pressões, enfrentou diversas na área profissional, como executivo da Souza Cruz e da Unilever, e no campo empresarial. Afirmou, sem pestanejar: nada se compara com o que vivi na política. Coloquei o meu tempo à disposição do bem comum. Recebi em troca inveja, críticas, agressões verbais e dificuldades de toda ordem. Eu não nasci para ver as coisas enroladas, sem solução. Isso me deixa doente!

 

Depois de concluir de que não havia nenhum outro diagnóstico médico, fora o estresse emocional, como responsável pela renúncia, questionei: estresse emocional poderia ser facilmente controlado com um período de afastamento. Não teria sido mais simples, mais construtivo um afastamento por prazo indeterminado, cujo ônus político seria sensivelmente menor, considerando os altos índices de popularidade declarados? Aqui, talvez, tenha vindo a real indicação do seu procedimento. Revelou que está envolvido num projeto de expansão da sua empresa, cujo pólo irradiador estará centralizado na cidade de Bauru. Local onde ele deverá passar a maior parte do seu tempo. Um eventual afastamento e o trabalho dedicado à sua empresa poderiam render-lhe prejuízos políticos maiores. Concordei de pronto. Tem certas horas que ficamos entre a cruz e a espada. Nem sempre as prioridades são interativas.

 

Com relação ao seu grupo político, diante dos impropérios lançados pelo deputado nos microfones da Rádio Clube, perguntei-lhe se ele esperava alguma manifestação de Barros Munhoz em relação à sua renúncia?  Respondeu, na lata, com mansidão. Disse que continua no PSDB, que não rompeu e nem romperá com o grupo, que não ouviu e nem deu importância às notícias que chegaram aos seus ouvidos sobre a fala injuriosa. Sempre fui elogiado por ele, nesses dois anos. O que teria acontecido para ele mudar a avaliação?  Não espero nenhuma manifestação. Não temos nos encontrado ultimamente, nem há qualquer agendamento.

 

No finalzinho, coloquei a questão da terceira ou quarta via para as próximas eleições. Disse-lhe que circula pela cidade que ele poderia se apresentar como candidato. Inquiri: existe essa possibilidade? Ele chamou a atenção de todos, naquele momento o burburinho de encerramento tomava conta da sala, e declarou alto e em bom som: todos vocês, aqui presentes, registrem, caso eu retorne para a política, como candidato, antes dos cinco anos anunciados, podem me chamar de C A N A L H A!

 

 

Opinião particular final:

Condeno a renúncia de Paulo Andrade. Entendo que a decisão de se candidatar a qualquer cargo público leva o interessado a reconhecer, de antemão, as agruras que o cargo vai lhe oferecer. Considero a inteligência e a competência capazes de lhe indicar os caminhos para o drible das dificuldades certas e incertas. Ele, seguramente, não entrou ignorante nessa história. Nada do que lhe apareceu poderá ser considerado como novidade. Eu não diria que ele saiu por cima, como afirmou na entrevista. Vejo-o como um idealista político derrotado, como um cidadão que imaginou conseguir bons resultados, num curto espaço de tempo. Perfil que o coloca ao lado de muita gente boa. Vejo, isso sim, a sua atitude como inibidora de outros idealistas, sem falar na nulidade dos votos dos seus eleitores. Mas reconheço a máxima de que cada um sabe onde o calo aperta e que corte deve fazer no sapato para aliviar a dor. Logo, Paulo Andrade procurou o que é melhor para ele. Quem não teria esse pecado para poder condená-lo?

Fonte: Nino Marcatti

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