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Itapira, 16 de Abril de 2024
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28/05/2015 | Apicultura resiste no município apesar da diminuição do número de colmeias

 Sexta-feira, 22, foi comemorado o Dia do Apicultor, atividade que encontra em Itapira uma das mais antigas empresas do setor em todo interior paulista, o apiário Mochizuki, que segundo André Mochizuki, neto do fundador do empreendimento, Sosako Mochizuki, existe desde a primeira década do século passado. O Apiário Mochizuki funciona numa propriedade rural localizada nas proximidades da divisa com o antigo horto de Vergel. Ali, por muitos anos, quando a propriedade era da antiga Ferrovias Paulista S/A, eram pelo menos 300 alqueires de eucalipto citriodora que garantiam um mel de qualidade inigualável e muito procurado por pessoas com problemas no aparelho respiratório.

 
O apiário Mochizuki ainda produz o mel de eucalipto, assim como o silvestre, laranja e cipó-uva. André, que também possui um irmão iniciado na atividade, enfrenta um problema comum aos demais colegas: a diminuição do número de colmeias. Trata-se de um assunto que vem, inclusive, despertando temores por parte de estudiosos no assunto ao redor do mundo. “Eu acho que o agrotóxico é que está contribuindo para esse sumiço das abelhas”, suspeita.
 
Para obter uma produtividade que garanta a manutenção desta atividade com fins comerciais, Mochizuki leva suas colmeias para lugares distantes, como Conchal, Casa Branca e Águas de Lindóia. “A gente tem que procurar lugares que oferecem menor risco para as abelhas”, comentou. Além disso, investe numa parceria com um colega na distante Montes Claros, no norte do Estado de Minas Gerais, onde é produzido mel orgânico, que tem maior valor agregado. Em sua propriedade de Itapira, estima que possua atualmente entre 250 a 300 colméias. “Já chegamos a ter 1.500”, garante. Quem deu continuidade ao trabalho do pioneiro Sosako foi Toshiro, pai de André, falecido há cerca de cinco anos e que também era autoridade no assunto.
 
Autodidata
 
 
Assim como os Mochizuki, o apicultor Julio Cesar Ferreira Neves, 46, aprendeu a exercer a atividade por conta própria, se tornando um autodidata. Ele conta que ainda garoto, em 81, presenciou a chegada na Fazenda São José (Cirilo Junior), onde o pai Antonio Carlos trabalhava como assistente de campo da empresa Cargill, de um enxame de abelhas. “Foi a maior correria, todo mundo foi se esconder e eu, instintivamente, fui procurar uma caixa onde era colocada laranja para que as abelhas se abrigassem”, relatou.
 
Esta primeira experiência acabou lhe revelando uma vocação comercial, parcialmente interrompida quando acompanhou a esposa Adriana e familiares para uma temporada no Japão, que durou quase dez anos, de 99 a 2007. “Também durante o tempo em que permaneci não tive oportunidade de conhecer técnicas dos apicultores de lá”, relembrou. De volta ao Brasil deu prosseguimento às atividades e percebeu que o número de colmeias começava a diminuir. “Aqui em Itapira a questão da cana é muito séria. Quando se pulveriza para matar por exemplo alguma praga, o resto vai tudo de roldão e nisso se encaixa as abelhas. É um crime o que se faz”, censurou.
 
Julio vai mais longe. “Tem tanta coisa conspirando contra, que fico com medo do futuro da atividade. Hoje, está faltando mel. A seca do ano passado destruiu muitas colmeias por causa dos incêndios”. Ele também faz uma peregrinação por locais distantes, como as cidades mineiras de Passos, Itaú de Minas e também por Casa Branca, Aguaí, Conchal e o distrito de Martinho Prado (Mogi Guaçu), sempre atrás de um terreno com menor incidência de riscos para as abelhas.
 
Trabalha com as variedades Cipó-Uva, Capixingui, Silvestre, Laranja e Eucalípto. Ainda segundo comentou, como atividade comercial, a apicultura tem muito futuro. “O consumo do mel tem se expandido. É um alimento saudável, com muitas indicações medicamentosas . O problema é exatamente o sumiço das abelhas, que se vier a se configurar pode representar um sério problema para toda humanidade”, encerrou.
Fonte: Da Redação do PCI

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