Parte dos 90 proprietários de lotes no assentamento 12 de Outubro, no antigo Horto de Vergel, deverá receber nos próximos dias recursos na ordem de R$ 700 mil para a implantação de um programa formatado dentro da Secretaria Estadual de Agricultura visando à recuperação de áreas degradadas pela atividade pecuária. Intitulada de Programa Agrossilvopastoril, a iniciativa vem sendo gestada desde meados do ano passado numa parceria entre a Cati (Coordenadoria de Assistência Integral) e a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).
A titular da pasta da Agricultura, engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi, em entendimento com o governador Geraldo Alckmin, elegeu o programa como uma das ações no campo para atender os objetivos da Rio+20, com a implementação de práticas ambientais. Segundo o assentado Walter Aparecido Durante, presidente do Assentamento 12 de Outubro, já foram selecionadas as famílias que irão participar do programa, que obedecem, segundo mencionou , requisitos básicos para atuar dentro da proposta, como possuir áreas que margeiam áreas de reserva legal e destinar uma parte do terreno para pastagens. “O cerne da proposta é exatamente criar condições para que a pecuária de corte e a pecuária leiteira possam co-existir de forma pacífica com a floresta nativa”, disse Durante.
Cada assentado incluído no programa receberá recursos em torno de R$ 70 mil para aquisição de insumos e equipamentos, como calcário, adubo, sementes, tratores, carretas, roçadeiras, entre outros. Todo o processo terá acompanhamento dos técnicos da CATI. Estes recursos não são os únicos que os assentados estão recebendo do governo paulista.
Durante revelou ainda que uma verba de R$ 100 mil foi destinada para que seja criada uma infraestrutura mínima de atendimento turístico no local. “A ideia é atrair pessoas para conhecerem de perto como funciona um assentamento, uma extensão de turismo rural . Para isso iremos investir na criação de um núcleo de atendimento , com capacitação dos assentados para poderem atender a contento os turistas. Futuramente poderemos ter por exemplo instalações para oferecer alimentação genuína da roça, tipo de coisa que turista adora”, disse durante.
Chuvas
A semana no assentamento, segundo ele, foi de muita movimentação por causa das chuvas. “Foi uma correria muito grande para semear a terra. As pessoas estavam reticentes por causa da terra árida. As atividades que mais sofreram neste período foram aquelas relacionadas à plantação de verduras porque faltou água para irrigação. Um dos nossos lagos praticamente secou”, garantiu Durante. Parte destas verduras e legumes, segundo ele, é fornecida diretamente para pessoas mais pobres do município, por meio de um programa patrocinado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente. Além dos hortifrútis, o assentamento produz milho, feijão, mandioca, quiabo, tomate, berinjela e jiló.
Chuvas trouxeram novo ânimo para agricultor
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