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Itapira, 25 de Abril de 2024
Notícia
01/04/2015 | Barros Munhoz inicia novo ciclo político

Com a indicação do deputado Cauê Macris como líder do governo, conforme anunciado pelo governador Geraldo Al­ckmin (PSDB) na noite de quarta-feira, 25, en­cerrou definitivamente as especulações sobre a manutenção do deputado Barros Munhoz (PSDB) na liderança. Munhoz vinha dizendo há tempos que não era candidato à presi­dência da ALESP e que não continuaria na liderança do governo, mas a maioria dos amigos e correligionários não acreditava. Quiseram ver para crer.

Na manhã de sexta­-feira, o deputado Barros Munhoz recebeu o jornal A Cidade em seu escritório e conversou, com exclusi­vidade, sobre o novo ciclo na carreira política dele.

A Cidade: Deputado, a partir de agora a sua atuação será a de atuar ‘no varejo’, depois de oito anos seguidos atuando no ‘atacado’. É isso?

Munhoz: Na verdade eu não vou cuidar do va­rejo ao invés de cuidar do atacado. Vou cuidar mais do varejo. Antes eu cuidava mais do atacado. É uma sensação de alívio, o trabalho de líder é muito mais penoso.

A Cidade: O que muda?

Munhoz: O trabalho e a motivação. O mais gostoso da atividade política é o contato com as bases, com a cidade, com os amigos, com os companheiros. É representar as cidades jun­to ao governo do estado.

A Cidade: Depois de tanta agitação, a calmaria está lhe fazendo bem? Era essa a desaceleração que você desejava?

Munhoz: Eu não vou desacelerar. A minha na­tureza é acelerada. O que diminui é o estresse. Eu vou fazer agora atividades mais prazerosas. Não que as que eu fazia fossem desagradáveis, mas eram muito estressantes, muito cansativas, reuniões infin­dáveis, busca de acordos, busca de entendimento... Muito estafante. Agora eu vou continuar com o mes­mo volume de trabalho, mas menos desgastante.

A Cidade: Desde quan­do você está planejando esse novo ciclo?

Munhoz: Desde a minha eleição e a do governador. Como fomos eleitos em outubro, entre o primeiro e o segundo turno eu já deixei claro a ele que não gostaria de ter o meu nome cogitado para presidente da Assembleia e que não gostaria de continuar na liderança. Enfim, foi uma decisão amadurecida.

A Cidade: O governador aceitou a sua decisão de forma tranquila?

Munhoz: Sim. Enten­deu as minhas razões e as considerou justas. Esperou passar a eleição da mesa, tanto é que continuei ‘lí­der’, a pedido dele para que eu continuasse indo ao colégio de líderes para falar em nome do governo extraoficialmente nessas duas últimas semanas.

A Cidade: Você sempre disse que se dependesse da sua família, a sua ação política seria menos esta­fante ou até interrompida. A chegada dos netos en­grossou o coro familiar?

Munhoz: Sem dúvida nenhuma pesou muito na formulação desse novo ciclo. É indiscutível, não tem nada mais agradável para mim na vida, hoje, do que ficar com os meus netos. Antes precisava morar em São Paulo, pude voltar a morar em Itapira. Preciso dizer com o que eu mais sonhava nesses últimos anos? Na Alesp, hoje, estou me sentindo no céu, pela paz. Morando aqui, me sinto no paraíso, por tudo o que esta cida­de me oferece e sempre ofereceu.

A Cidade: Você acha que vai perder força po­lítica?

Munhoz: Absolutamen­te, sabe por quê? Vou dar um exemplo. Na Assem­bleia temos o deputado Campos Machado que nunca foi líder de governo, nem foi presidente, e é uma das maiores lideran­ças na assembleia, isso se ele não for a maior. Poderia dar outros exemplos. Eu já estou ex-líder alguns dias e continuo sendo procu­rado da mesma manei­ra. Não tenho o menor receio. Pelo contrário, vai me dar mais tempo para fazer mais política e, consequentemente, mais força política. Cuidarei, certamente, dos assuntos mais importantes e menos desgastantes.

A Cidade: Como os deputados e a cúpula do PSDB assimilaram a sua decisão?

Munhoz: Como uma decisão inteligente, boa para mim e para o grupo político.

A Cidade: Qual é a sua avaliação sobre o novo líder do governo.

Munhoz: A melhor pos­sível. Sempre tivemos um bom relacionamento. Ele quer o meu apoio, quer a minha ajuda, é uma pessoa com quem eu vou dialogar e, com o maior prazer, me coloquei à disposição dele.

A Cidade: Você foi con­sultado sobre a da escolha do Cauê?

Munhoz: Fui. Sem dú­vida alguma. Se eu tivesse que escolher talvez esco­lhesse o Cauê, mas foi o governador quem escolheu e eu fiquei muito feliz. É jovem, mas é um jovem maduro. Ele chegou com cancha na assembleia. Foi líder do PSDB o que não é uma tarefa fácil.

A Cidade: Essa sua nova condição política implica em ter mais tempo para cuidar dos assuntos de interesse dos itapirenses?

Munhoz: Implica. E eu já estou fazendo isso. Eu vou ficar muito mais à disposição do Paganini. Por exemplo, na busca de empresas. Eu não vou buscar empresas só nos organismos governamen­tais. Eu tenho um relacio­namento de amizade fan­tástico com empresários em todos os segmentos. Já estou trazendo amigos empresários para conhecer Itapira.

A Cidade: Você colo­caria a Art Móveis nesse grupo de amigos?

Munhoz: Esse é um bom exemplo. Não tenho a me­nor sombra de dúvida que se não fosse pelos nossos primeiros contatos talvez o interesse por Itapira nem prosperasse. Depois a direção da empresa es­teve aqui, se afinou com o Paganini e a coisa andou. Aliás, é muito fácil fazer esse trabalho que eu estou fazendo, pois todo mun­do que vem aqui gosta do Paganini, se integra facilmente com ele e com todo pessoal da área.

A Cidade: Seria pos­sível adiantar algo que você esteja empenhado em trazer para a cidade e que possa se materia­lizar no curto prazo em decorrência dessa maior disponibilidade?

Munhoz: Nós estamos trabalhando em várias frentes. Não é aquele sis­tema que você começa e esperar terminar para abrir um novo. Estamos atuando em pelo menos quinze frentes em favor do progresso e desenvol­vimento de Itapira. Mas esse trabalho a gente não divulga antes de estar tudo pronto, sacramentado, se­não atrapalha. Veja o caso da ArtMoveis faz meses que vem sendo tratado. A JAMPAC, mais de um ano. A coisa dá trabalho. Tem um período de maturação.

A Cidade: Essa sua maior disponibilidade vai lhe permitir cuidar mais das bases eleitorais, como tomar pé da situação política dos municípios da região?

Munhoz: Eu quero estar mais próximo dos companheiros, quero es­tar mais presente nas cidades onde sou votado. Domingo agora estive em Lindóia. Vou falar com toda franqueza, a satisfação desse encontro foi tão grande que para mim foi como ganhar cem milhões de reais na loteria. Um prefeito lutador, sofrendo com as grandes dificuldades encontradas, que chegou a pensar em renunciar o cargo no início do man­dato, ele me chamou, nós conversamos, dei o meu apoio, ofereci ajuda e o governo dele está deslanchando. Estive na inauguração de um posto de saúde, o mais bonito que já vi guardada as proporções e tratar as pessoas com dignidade. Eu quero fazer isso. Eu quero retribuir a votação fantástica que eu tive nessas cidades, dando a eles minha experiên­cia, os meus conselhos, a minha luta, a minha ajuda. Isso é o que mais me motiva, hoje.

A Cidade: Você é acu­sado pelos seus opositores de comandar a prefeitura. Dizem que Paganini não faz nada sem conversar com você. Aproveitando o gancho, quantos prefeitos consultam você rotinei­ramente?

Munhoz: Então eu sou prefeito de fato de mui­tas cidades, nem eu sabia que era tão bom e versátil assim (risos). Brincadei­ra a parte, pelos menos quarenta prefeitos me consultam mais do que o Paganini. A minha resposta a essas pessoas é que eu gostaria que o Paganini me consultasse ainda mais. Gostaria que ele fosse o primeiro da lista, aquele que mais me aporrinhasse. É bom que eu diga: todos os fatos negativos que ocorreram nesses dois anos e três meses eu não fui consultado. Se fosse, talvez os problemas não ocorressem ou seriam amenizados.

A Cidade: A grande mídia vem explorando o caso do desembarga­dor Armando Toledo que requereu aposentadoria antecipada e que nesta semana foi contratado como consultor do pre­sidente da Petrobras. Afinal, você foi benefi­ciado por ele como diz o noticiário?

Munhoz: Lamento pro­fundamente todo esse mal entendido. O doutor Armando ficou meu amigo, como é de quase todos os deputados da assem­bleia, ele era a pessoa que se relacionava com a ALESP, como interlocutor do Tribunal de Justiça. Cabia a ele se relacionar com os poderes legislativo e executivo estaduais e com outras instituições. Eu nunca pedi nada a ele, nem poderia fazer isso. Um desembargador cor­retíssimo, o histórico dele é fantástico e está à dis­posição de quem quiser averiguar.

A Cidade: Mas as no­ticias falam que ele teria retardado um processo e que seria do seu inte­resse...

Munhoz: Em primeiro lugar não se travava de julgamento, a notícia é totalmente furada, o que estava sendo discutido era recebimento da de­núncia e da forma como foi arquitetada não tinha como ela não ser recebi­da. O meu interesse era que ela fosse recebida o quanto antes, distante das eleições, já que o interesse dos adversários e da imprensa é usar no­tícias desse tipo eleito­ralmente. Desde quando começou a campanha contra mim por parte de alguns promotores que passaram por Itapira, toda eleição estadual ou municipal, vem essa onda na imprensa. Em toda eleição de mesa da assembleia, acontecia a mesma coisa. Repare que como a mesa da as­sembleia foi formada e eu passei a liderança do governo, esse assunto não deve ser requentado tão cedo. Sempre foi assim.

A Cidade: Até que pon­to essas matérias negativas nos jornais afetaram a sua carreira?

Munhoz: Quem me conhece, todas as vezes que saíram essas notí­cias, me fizeram crescer. Na segunda eleição para a presidência, foi uma verdadeira campanha promovida pela Folha e pelo Estadão com ma­téria de primeira pági­na e na página quatro, esta considerada nobre, e o que aconteceu? Tive os mesmos 92 votos da eleição anterior e fui eleito. Na eleição de deputado eu passei de 114 para 183 mil votos e na eleição seguinte de 183 para 194 mil votos. Então, não afetou abso­lutamente nada, o povo sabe quando a imprensa está exagerando demais. Esses exageros, aliás, é uma catástrofe para a democracia brasileira.

A Cidade: Os recentes protestos contra o PT e o governo Dilma sinalizaram que a classe política foi colocada de lado pelos manifestantes. Estamos vivendo uma nova rea­lidade política no país?

Munhoz: Vejo isso com a maior preocupa­ção possível. Ninguém sabe onde isso vai de­saguar. Mas a culpa é dos políticos. Eles não fazem nada para adquirir a confiança da popula­ção. Eu fico muito feliz quando eu sou apartado desse mundo político. O que se comentava na região, na última eleição: esse é diferente, esse trabalha, esse é sério, esse faz... Era o maior orgulho ouvir isso. Nas pesquisas que recebo, feitas em muitas cida­des que represento, sou considerado um político diferenciado.

A Cidade: Para fina­lizar, o que Itapira pode esperar desse seu novo ciclo político?

Munhoz: Mais con­quistas, mais benefícios e o aceleramento das coi­sas que foram planejadas. A maioria dos problemas quando chega para mim, rapidamente eu encontro a solução. O que é isso? Sou fantástico, sou brilhante, sou inteligente? Não, eu tenho muita vivência. Eu aprendi errando, aprendi acertando, aprendi lutando... Esse é o meu maior patrimônio, indiscutivel­mente, no mesmo nível da minha honra, da minha dignidade é o meu grau de conhecimento. Eu já vivi quase tudo que alguém pode viver na política. É essa experiência que quero colocar, integralmente, e tenho colocado sempre e vou poder colocar mais a serviço de Itapira e da região. Vai acelerar muita coisa que está amadure­cendo, eu vou apressar. Eu vou contribuir dessa forma, injetando ritmo, acelerando.

Fonte: Da Redação do PCI

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