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11/04/2014 | Campanha recolhe madeixas em prol do Hospital do Câncer de Barretos

  

 Uma campanha, por en­quanto restrita às redes sociais, tem demonstrado o quanto uma boa causa é ca­paz de mobilizar as pessoas, ainda que para fazer algo que normalmente, em nome da vaidade, dificilmente seria colocado em prática. Chegou à cidade de forma discreta e vai ganhando corpo uma mobilização que visa anga­riar mechas de cabelo para serem enviadas ao Hospital do Câncer, de Barretos-SP.

O assunto se tornou na­cionalmente conhecido no sábado, 29, quando o Jornal Nacional, da Rede Globo, mostrou uma mobilização que se tornou viral na cidade de Barrinha-SP, de 30 mil habitantes, localizada na região de Ribeirão Preto, onde todos os salões de cabelereiro se mobilizaram para recolher este tipo de donativo bastante pecu­liar. Uma equipe do pró­prio hospital se incumbe em confeccionar perucas para pacientes que tive­ram queda de cabelo por causa dos efeitos nocivos da quimioterapia, que são doadas a pacientes. O refe­rido hospital, referência em todo o Brasil no tratamento do câncer, recebe mensal­mente cerca de quatro mil pacientes.

Em Itapira o assunto co­meçou antes do processo deflagrado em Barrinha. No começo de março a auxiliar administrativa Eliane Ro­gatto Jugni, dona de uma vistosa cabeleira cor de caramelo, viu uma repor­tagem no Jornal Regional da EPTV Campinas, sobre uma moradora de Americana-SP que teve um pai com cân­cer e conhecia a rotina do Hospital de Barretos e a ne­cessidade de várias espécies de donativos, chamando a atenção dela a questão dos cabelos, na qual se engajou. “Aquilo na hora me tocou e como aniversario em 14 de março, disse a mim mesma que meu presente seria doar parte de meus cabelos para o Hospital do Câncer”, revelou. Eliane pesquisou o assunto numa Fan Page, para obter mais detalhes sobre o assunto. Descobriu, por exemplo, que para ser doadora, a pessoa precisa se desfazer de no mínimo 20 cm (adultos) e 10 cm (crianças) dos cabelos. Eliane conta que cortou 20 cm. A “operação” foi feita no salão de Marli Jolli. A profissional disse que ficou comovida quando soube da iniciativa da cliente. “Apesar de eu já ter conhecimento desta campanha, achei a iniciativa fantástica. O gesto dela aca­bou tocando outras clientes. Depois que ela cortou seu cabelo e divulgou isso na internet, pelo menos outras cinco clientes, incluindo uma criança, doaram parte dos cabelos”, elogiou. Ela relatou ainda que desde o final do ano passado pelo menos 12 clientes fizeram o mesmo em seu salão.

Eliane conta que ficou muito feliz com a reper­cussão e tem estimulado outras colegas a fazerem o mesmo. Até uma carta de agradecimento dos or­ganizadores da campanha ela recebeu. “Foi o melhor presente de aniversário que pude dar a mim mesma”, acredita.

Yasmin

Marli Jolli tinha co­nhecimento da campanha por causa de uma outra cliente, a estudante de Medicina, Yasmin Chagas Sabbag, que frequenta o segundo ano exatamente na Faculdade de Medicina de Barretos. Filha do casal Ângela e Emir Fessal Sab­bag, Yasmim vem fazendo trabalho voluntário em favor do hospital, divulgan­do a questão do cabelo e outros tipos de donativos que podem ser enviados por seu intermédio, como por exemplo fraldas de crianças e fraldas geriá­tricas. “Eu mesma tenho intermediado a destina­ção destes donativos por intermédio da Yasmin”, disse Marli. Para quem quiser ajudar, na terça­-feira, 08, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. O telefone de contato é o 17-3321 6600.

Itapira tem programa pioneiro com pacientes de câncer no Intestino

Eleger qual a pior forma de manifestação de um tumor é um exercício mór­bido e inútil, já que cada órgão afetado vai gerar sofrimento para pacientes e familiares. Mas uma ma­nifestação em particular é tida como um dos piores no quesito sofrimento, o câncer de intestino.

A Secretaria de Saúde do Município mantém há oito anos um serviço especificamente voltado para este tipo de atendi­mento. Quem coordena o ambulatório é o enfermeiro Luiz Fernando Marinho, 51 anos, há 20 no serviço municipal. Ele revela que os casos de estomia (pa­cientes que tiveram câncer ou algum tipo de ferimento no intestino) são 32 e uros­tomia ( câncer na bexiga ou ferimento causado por acidente ou agressão) são cinco pacientes.

O que chama a atenção no caso destes pacientes é o fato da excreção de fezes e urina ser feita via um orifício feito no abdômen com uso de acessórios es­pecialmente desenvolvidos para esta especialidade. “São acessórios que são descartáveis, com vida útil em torno de uma semana, mas que são essenciais para a manutenção de uma certa qualidade de vida destes pacientes”, detalhou. Segundo ele, o custo , em torno de R$ 1 mil cada conjunto, é proibitivo para pessoas pobres e o governo estadual garante a distribuição gratuita.

Marinho conta que o processo de aceitação da nova realidade muitas vezes é demorado. Ele relata que não raramente submete pacientes a atendimento psicológico, quando não psiquiátrico. Com o tempo, o paciente passa a aceitar com mais naturalidade este tipo de restrição. “Tenho pacientes dos mais jovens até senhores com mais de 90 anos de idade e todos eles estão respondendo muito bem ao tratamento”, afirmou.

Esses pacientes passa­ram por longos períodos de quimio e radioterapia. A intervenção cirúrgica é a última chance de cura. Elimina-se uma extensão do intestino para que o tumor deixe de se propa­gar. Daí a necessidade dos acessórios para evacuação de excrementos fisiológi­cos. Os pacientes devem ir a consultas periódicas no Cais Irmã Angélica e, conforme o caso, o próprio coordenador do ambula­tório visita pessoalmente os pacientes.

Questionado sobre o que aprendeu ao lidar com este tipo de paciente, Marinho disse que “a gente enxerga que nesta vida nada é im­possível”. Revela que ainda nos tempos de faculdade, quando foi estagiar num hospital, ironicamente o primeiro paciente que foi cuidar era um que tinha es­tomia. “Achei aquela situa­ção muito problemática, me chocou. Era um tempo onde os acessórios não tinham a evolução dos dias de hoje. E, hoje me vejo cuidando deste tipo de paciente. A vida dá voltas”, concluiu.

Marli , com madeixas doadas por clientes e que serão enviadas a Barretos

 

Eliane postou no Facebook as etapas do processo de corte

Eliane exibe carta de agradecimento que recebeu do pessoal do Hospital do Câncer

 

Yasmim Sabbag tem atuado como voluntária para divulgar trabalho do Hospital de Barretos
 
 

 

Fonte: Da Redação do PCI

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