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29/08/2014 | Depressão é motivo de preocupação para profissionais da área de saúde pública

Dois casos recentes de suicídio envolvendo dois humoristas, o mundialmente famoso ator Robin Williams 63, e Fausto Fanti, 35, do grupo de humor Hermes & Renato, chamaram a atenção para o fenômeno da depressão. Logo em se­guida ao anúncio dos dois artistas, o jornal O Estado de São Paulo trouxe em sua edição de domingo, 17, levantamento feito com base nos números oficiais do Datasus, que compila dados relacionados à causa de morte dos indivíduos. Segundo o levantamento, as mortes por depressão no país saltaram 705% em 16 anos.

Segundo o estudo, em 1996 morreram 58 pessoas associadas à causa da de­pressão. Em 2012, quando foram feitos os últimos re­gistros, foram 467. O estudo mostra ainda mortes atri­buídas especificamente a suicídios pulou de 6.743 para 10.321 no mesmo período.

Embora não haja um estudo específico apontan­do o elo entre estes casos de suicídio e a depressão, segundo especialistas, este vínculo é bastante estreito. Esta relação entre suicídio e depressão é um assunto é tão sério que mereceu por parte do Instituto Bairral de Psiquiatria a realização em novembro do ano passado um simpósio especialmente para cuidar do assunto. Na época o médico psiquiatra Marcelo Ortiz, diretor -téc­nico do Bairral, disse que a depressão era um entre vários fatores que poderiam desencadear suicídio. Ele disse que é apenas uma delas, a mais lembrada, referindo-se às causas do problema, defendendo a informação e a transpa­rência como ferramentas necessárias para limitar seu alcance.

Outro psiquiatra, Fernan­do Angerami, de Mogi Mi­rim, observa que o número de casos tem literalmente explodido em função da quebra de um certo estigma que segundo ele cercava os transtornos mentais até bem pouco tempo atrás. “A partir do momento em que o tratamento de doenças mentais se popularizou, naturalmente começaram a aparecer de forma mais frequente os casos de de­pressão”, registrou.

Seu colega, o também médico psiquiatra e psica­nalista Antonio Carlos Costa Kleis, 65, tem avaliação mui­to próxima à de Angerami. “Antigamente a depressão era taxada de frescura, nada a ver, frescura, mau olhado, ou ainda simplesmente uma cruz a ser carregada”, diz. Natural de Bauru, formado pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, Kleis está radicado em Ita­pira desde 1974 e foi um profissional muito próximo do saudoso médico Hélio Sebastião Amâncio de Ca­margo, psiquiatra e também psicanalista, da antiga Clínica de Repouso Santa Fé, que sempre deu uma atenção muito especial ao tema. Ele alerta para o fato de que a doença possui diferentes estágios e como tal requer diferentes procedimentos para o seu tratamento. “A depressão grave é sim peri­gosa, pelo risco de suicídio, de autoagressões, por so­matizações e mesmo pela intensidade de sintomas, que leva a um nível elevado de sofrimento”, alertou.

Trata-se , de acordo com os especialistas, de uma doença que afeta todos os grupos. “Não adianta a pessoa ter uma posição financeira confortável se ele não é feliz no casamento, se tem problemas com os filhos, com os amigos, com os empregados”, afirma Fer­nando Angerami. “Ela pode se manifestar até mesmo em crianças. Independe do status social, nível econômi­co , sexo e idade”, reforçou Kleis.

Terapia

Kleis destaca que a me­dicina moderna tem obtido bons resultados na associa­ção de terapias alternati­vas e medicamentosas na recuperação de pacientes. ”A psiquiatria moderna vê o ser humano sob o prisma de um tripé; o bio (que é o corpo), o psico (a mente) e o social (onde o homem se insere) e deve ser tratado assim, com medicamentos, com psicoterapia e avaliação social, com terapia familiar, readaptação do trabalho, terapia ocupacional, espor­tes, etc.”, defendeu.

Fernando Angerami lem­bra que a depressão funcio­na ainda como agente de desestímulo pessoal. “A pes­soa deixa de ter atividades sociais, passa a ter um com­portamento de ansiedade que a leva a se alimentar de forma inadequada, desiste de praticar esportes e isso acaba gerando até queda da imunidade natural, ou seja, favorece o surgimento de outras doenças”, afirmou.

Finalizando, Kleis des­taca ainda que apesar de todo arsenal técnico­-científico que tem à sua disposição, o profissional da área médica psiquiátri­ca ainda tem dificuldades para avaliar com precisão cirúrgica o momento que o estado depressivo vai levar uma pessoa a come­ter suicídio. “Na maioria das vezes um profissional consegue ler nas entreli­nhas o caminhar para o suicídio – o alcoolismo, o uso de drogas ilícitas, os rachas, o excesso de velocidade, a desatenção o desinteresse pela saúde, o sedentarismo, são suicí­dios lentos, demorados, mas eficazes”, encerrou.

Fonte: Da Redação do PCI

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