O dia de protestos contra o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização do trabalho no país, foi encerrado em São Paulo por volta das 19h com um ato unificado na Praça da República, no centro da capital. Segundo a Polícia Militar, o ato reuniu cerca de 4 mil pessoas, enquanto os manifestantes calcularam 30 mil participantes.

O ato na Praça da República era composto, na maioria, por professores da rede pública estadual de São Paulo que estão em greve desde o dia 13 de março. Eles saíram em caminhada do vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), desceram a Rua da Consolação e chegaram à Praça da República por volta das 18h.

Em assembleia no vão-livre do Masp, os professores decidiram continuar em greve, reivindicando reajuste salarial de 75,33%. Esta já é, segundo o movimento, a terceira maior greve da história da rede de ensino estadual de São Paulo. Nova assembleia foi marcada para a próxima quarta-feira (3), no mesmo local.

O ato ocorreu de forma pacífica, mas houve um principio de confusão quando parte dos manifestantes, a maioria estudante, resolveu fechar ambos os sentidos da Rua da Consolação, sendo seguidos de perto pela Polícia Militar, que tentava liberar uma das vias, no sentido centro-bairro.

Alguns manifestantes arremessaram garrafas em direção a policiais e houve um empurra-empurra, mas depois o protesto seguiu em direção à Praça da República de forma pacífica. Também se juntaram aos professores servidores da Justiça Federal e militantes de algumas centrais sindicais.

Segundo Douglas Izzo, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo, o dia de protestos foi positivo. "Tivemos paralisações de várias categorias profissionais e atividades em todo o estado de São Paulo. Paralisamos várias rodovias no estado de São Paulo e tudo isso evidencia a preocupação do conjunto da classe trabalhadora com o PL 4.330, que vai tirar direitos dos trabalhadores e precarizar o trabalho", disse ele, em entrevista a jornalistas.

Izzo acrescentou que os protestos de hoje devem sensibilizar o Congresso Nacional e a presidenta Dilma Rousseff contra o projeto, mas, caso isso não ocorra, segundo ele, as centrais sindicais, com exceção da Força Sindical, devem se unir e decretar uma greve geral no país.

A Secretaria da Educação do estado disse em nota que os números oficiais mostram que a maioria dos docentes permanece em sala de aula e a média de comparecimento diária chegou a 96% nesta semana. Segundo a secretaria, o governo tem tentado negociar com os professores parados.

?Este ano já foram sete reuniões realizadas e protocoladas cinco propostas de melhorias aos professores paulistas. Uma é a garantia da construção de uma nova política salarial com data-base em julho, a exemplo do que ocorreu na última gestão. Em quatro anos, foram 45% de aumento acumulado?, destaca o texto da nota.

Alterada às 21h13 para acréscimo de informação

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