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Itapira, 26 de Abril de 2024
Notícia
30/03/2015 | Editoriais A Cidade: Câmara, corporativismo e o balaio de gatos

Corporativismo, no Brasil, deixou de ser um sistema político e econômico para se aproximar do balaio de gatos. Virou agrupamento de pessoas com interesses convergentes com a finalidade de obter privilégios, aumentar lucros, achacar empresas e governantes... Foge literalmente do princípio corporativista que se consagra na arregimentação de trabalhadores ou empresários ou políticos ou profissionais liberais..., que legalmente constituídos reforçam as ações em busca de um objetivo comum carreado para o bem coletivo. Aquele em que todos devem sair ganhando, o grupo corporativo e a sociedade.

Quando se fala, hoje em dia, em corporativismo a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas é que a arregimentação de forças busca proteger a corrupção, as irregularidades, o controle de mercado, a especulação, a dilapidação das instituições sejam elas voltadas para a área da saúde, educação, moradia, transporte, segurança... Ou aquelas que deveriam promover a justiça.

Diante do quadro que envolveu o presidente da Câmara de Vereadores de Itapira é provável que o corporativismo venha a falar mais alto. De gladiadores e defensores da coisa alheia poderão caminhar para o silêncio obsequioso, deixando, talvez, que o Ministério Público apure e faça a parte que caberia ao próprio poder legislativo.
 
Ninguém deve ser condenado antecipadamente. Para concluir sobre as responsabilidades do presidente da casa é preciso investigar, colher elementos eficazes, sem sonegar-lhe o amplo direito de defesa e do contraditório.
 
A falha, se confirmada, não será inédita, nem aqui, nem na China. O uso indevido de veículos à disposição é mais comum do que supõe a nossa vã filosofia. Já foi usado pelo presidente do senado, Renan Calheiros, que pegou um jato da FAB em Brasília para que o levasse até Recife para implantar 10 mil fios de cabelos. Naquele mesmo ano de 2013, quando o Brasil estava nas ruas se manifestando, o mesmo cidadão usou a FAB para transportar parentes para o casamento da filha. Até o presidente do STF, Joaquim Barbosa, conhecido como Batman brasileiro e de fazer justiça no caso do mensalão, não se fez de rogado, usou a quota do Supremo para assistir ao jogo amistoso da seleção brasileira no Rio de Janeiro.
 
O caso deve ter um julgamento eminentemente político e realizado pelo poder que se apresenta como instância fiscalizadora da municipalidade. Deixando para a justiça comum, se for o caso, o restabelecimento das garantias individuais.
 
Os vereadores tem, nessa oportunidade, a possibilidade de mostrar que o poder legislativo sabe se cuidar e consegue garantir a própria integridade. É assim que se fortalece a instituição guardiã da democracia.
Fonte: Editoriais A Cidade

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