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Itapira, 29 de Mar�o de 2024
Notícia
24/05/2015 | Editoriais A Cidade: O vandalismo, a Escola e a impotência!
Vândalos que invadem escolas, roubam dinheiro que foi juntado às duras penas, levam o que puderem carregar, ateiam fogo e destroem mobiliários não são novidades em nossa cidade, tampouco no Brasil. Deve o poder público investigar, tentar descobrir os autores para serem punidos exemplarmente? Obviamente que sim. Evitaremos novas investidas, obviamente, não.
 
A primeira reação cidadã é se revoltar com o acontecido e pressionar o poder público para que lance mão de todos os recursos humanos e dos materiais disponíveis e monte um forte esquema de segurança para evitar novas ocorrências. Será que é esse o caminho? Muita gente acredita que sim. É verossímil, porém insustentável. Será que a presença de vigilantes garante a proteção desejada? Quantos vigilantes seriam necessários? O monitoramento com câmaras anularia a ousadia dos autores? A sociedade está disposta a bancar a conta correspondente?
 
A primeira coisa que os países desenvolvidos aprenderam foi que tudo o que o governo gasta para manter o país funcionando vem do bolso de todo mundo, inclusive para os privilégios das altas instâncias de poder, passa pela manutenção do patrimônio público e vai até o pagamento de servidores improdutivos. Por aqui, já temos consciência dessa equação. Almejamos transformar o poder público naquilo que a sociedade não é. Faltam-nos as ações corretivas dos nossos próprios atos.
 
A invasão desses marginais às escolas para roubar dinheiro ou objetos para, quem sabe, adquirir drogas já seria um atentado violento contra a sociedade, mas na medida em que essas ações depredam e prejudicam o trabalho dessa Escola deveria nos levar à uma séria reflexão: Seria uma reação contra um sistema que deveria tê-los salvados da criminalidade?
Seria uma resposta estapafúrdia contra a má qualidade da educação brasileira? Seria o resultado das desigualdades e da falta de oportunidades?
 
O estado de São Paulo gastará em 2015 mais de R$ 15 bilhões com segurança. Nessa conta não entram os investimentos em segurança bancados pelas empresas e pela população, estima-se que esse valor ultrapasse a casa dos R$ 50 bilhões. Para tentar conter a onda de criminalidade, governos e empresas estão aumentando os investimentos em segurança na ordem de 15% ao ano. E a sensação de insegurança vem diminuindo? O nosso estado, o mais rico e mais aparelhado do país, registra um assalto a cada dois minutos. Até onde vamos chegar?
 
Os analistas em segurança são unânimes, faz tempo, quando dizem que a solução não está no aumento de policiais nas ruas. Esses analistas sugerem mudanças nas estruturas que permitam uma vida melhor para a juventude. Apostam nas melhorias das condições de moradias da população carente, tirando-a das áreas de risco, oferecendo saneamento básico e restaurando lhe a dignidade humana, de forma a abrir oportunidades para que a criminalidade não seja a única alternativa de mudança de vida. Mas não é só.
 
A sociedade precisa evoluir eticamente, desempenhando seus compromissos profissionais como manda o figurino, respeitando as pessoas com quem encontra ou convive sob todos os aspectos, alijar definitivamente do cotidiano o desprezível conceito de “levar vantagens”, não alimentar em hipótese alguma a estrutura de corrupção, oferecendo um cafezinho ou uma cerveja como forma de garantir o silêncio ou qualquer privilégio, enfim, tentar produzir cotidianamente exemplos de civilidade.
 
Queremos uma sociedade mais alegre, mais segura e mais justa. Uma tarefa coletiva.
Fonte: Editoriais A Cidade

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