O que se aprende na escola, não se esquece jamais. Esse dito popular se encaixa perfeitamente na história de um garotinho mirrado, de cabelo rebelde e muitos sonhos, que aportou no IEEESO (Instituto de Educação Estadual Elvira Santos Oliveira) no final da década de 60 para cursar o ginasial.
Ávido por conhecer aquele novo mundo que se abria à sua frente, aquele garotinho abraçou todas as oportunidades que pôde, principalmente no âmbito esportivo. “Era um mundo novo para mim, coisas que eu não tinha antes”, revela. “Por isso, queria correr, jogar futebol, basquete, saltar e fazer tudo que fosse possível”.
Hoje, passadas mais de quatro décadas, Luiz Gustavo Cruz, 57, comerciante no ramo da gastronomia, ainda guarda cada instante daqueles tempos. “Tudo aquilo era muito diferente da minha infância em Eleutério”, explica.
Apelidado de Tonelada ou Toneladinha, para ficar diferente do irmão mais velho, que também tinha esse apelido, Luiz Gustavo reserva um espaço especial em sua memória para as lembranças do período que passou na escola. “Principalmente nas aulas de Educação Física”, diz. “O professor Barretto era para nós um ponto de referência, uma pessoa que nos ensinou o respeito, a dignidade e obediência”.
Pelas mãos do professor José de Oliveira Barretto Sobrinho, aquele garotinho mirrado, que parecia ter asas nos pés, brilhou em competições de atletismo defendendo a escola e conquistando medalhas e a admiração de colegas e até adversários. “Eu era o menor de todos e eles não acreditavam como um menino como eu, que corria descalço enquanto os outros usavam tênis ou sapatilhas, podia ganhar as corridas”, conta. “A gente ía de trem para competir em São Paulo”.
Sobre o professor que descobriu seu talento para o esporte, Cruz só tem palavras de respeito e agradecimento. “O professor Barretto era enérgico e se fazia respeitar”, explica. “A gente tinha admiração e ao mesmo tempo um pouco de medo dele”.
Além de competir pela escola em certames intercolegiais e estaduais, conquistando medalhas e troféus, Cruz fez parte do time de futebol da escola que chegou ao vice-campeonato estadual. “Era um grande time e tenho orgulho de ter participado”, elogia.
Do professor enérgico e que se fazia respeitar, tem muitas lembranças, todas boas. “Lembro que em uma competição no Ibirapuera, na hora de dormir, os mais velhos ficaram acordados para aprontar com a gente, que era menor, mas o professor ficou de tocaia, só esperando e pegou todos eles antes que fizessem alguma coisa”, revela. “Apesar de serem os principais atletas da equipe, ele não pensou duas vezes em aplicar a punição que eles mereciam”
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Itapira, 19 de Abril de 2024
25/07/2015 | Ele me ensinou respeitar, obedecer e ter dignidade
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