Carregando aguarde...
Itapira, 25 de Abril de 2024
Notícia
25/06/2016 | Evento em São Paulo discute tortura no país
Seminário discute a tortura no pais (Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil)

Seminário discute a tortura no pais (Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil)

O Memorial da Resistência, no Largo General Osório, na região da Luz, na capital paulista, antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), recebeu neste sábado (25) um debate sobre a tortura. O debate antecede o Dia Internacional da Luta contra a Tortura, celebrado no dia 26 de junho.

Durante o evento, chamado de Tortura, Crime que os Humanos Cometem contra os Próprios Humanos, Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, psicóloga, psicanalista e doutora em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e autora do livro Tortura, Testemunhos de um Crime Demasiadamente Humano, disse que a tortura surgiu no país já com a chegada dos portugueses, em 1500, e que ainda persiste no Brasil.

Segundo ela, a tortura já foi mecanismo usado por regimes autoritários no mundo todo, mas foi constante no país durante o período colonial, principalmente em relação aos indígenas, e também nos tempos da escravidão. Além disso, ela foi usada de forma sistemática durante a ditadura militar brasileira. ?A tortura começou no nosso país em 1500 e ela persiste, de formas diferentes?, disse.

?A prática de tortura é uma prática regular e corriqueira que a burguesia faz?, disse Ivan Seixas, ex-preso político e presidente do Conselho do Núcleo Memória e integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

Para ele, a tortura é uma profissão [porque os torturadores, em geral, são pagos para cometê-la] e poderia ocorrer com qualquer pessoa. ?A tortura é uma profissão. Essa normalidade profissional de torturador é o que precisamos quebrar. Sou contra a vitimização. Ele [torturador] faria isso contra absolutamente qualquer um que aparecesse na frente dele. A tortura é uma prática de dominação, de imposição pelo terror e tem um caráter muito danoso e, junto dela, há uma parceira, que é a omissão?, disse Seixas.

Combate à tortura

Para Seixas, a tortura deve ser sempre combatida e esse combate deve ocorrer de forma coletiva. ?A tortura não pode acontecer porque isso é uma prática humanamente condenável. O ser humano é o único capaz de produzir dor e prazer a outro ser humano. E a dor é absolutamente condenável. E o combate [à tortura] deve ser feito com mobilização da sociedade. Se não for coletivo, é apenas uma reclamação?, disse.

?Devemos organizar um levante civilizatório para reunir os indignados e os que podem se indignar?, propôs Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes.

 

http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-06/evento-em-sao-paulo-discute-tortura-no-paisElaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

969 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2024 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções