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Itapira, 19 de Abril de 2024
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25/11/2014 | Luiz Santos: Apascentem as minhas ovelhas

 Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração.” (Jr 3.15)

As Escrituras apresentam vez por outra cenas dramáticas de juízo divino quando maus pastores ignoram, maltratam, fazem sofrer e matam as ovelhas do Senhor. São textos vívidos que levam os pastores a temerem por sua própria vida uma vez que o próprio Deus sente-se traído, ofendido e escarnecido quando aqueles que ele chamou para o trato do seu rebanho se tornam negligentes, brutos, desafeiçoados, gananciosos, exploradores do rebanho por Ele amado. Você pode encontrar estes textos em livros como Jeremias 23 e Ezequiel 34, por exemplo.

Podemos tomar como parâmetro para o oficialato dos presbíteros o que Deus espera daqueles que devem liderar o seu povo e governá-lo em nome e na autoridade do Senhor. Antes de qualquer coisa devemos entender que a função de presbítero deverá ser exercida por um homem que goste de pessoas, de construir relacionamentos afáveis e saudáveis. Um presbítero que não goste de se “misturar” às ovelhas, mas que pensa fazer parte de uma elite de crentes e que em nada é acessível não poderá cuidar a contento do rebanho. Seu distanciamento fará com que nunca chegue a conhecer pessoalmente e individualmente as ovelhas. Não diferenciará o balido de uma e outra, nem tão pouco conseguirá diferir um grunhido de dor e lamento de um berro de alegria. E o pior, as ovelhas por sua vez nunca se sentirão seguras ao ouvirem a sua voz por não terem familiaridade, nunca saberão ao certo quando é o pastor amado ou o mercenário ou o roubador que a quer atrair.

Um oficial presbítero capaz de transmitir segurança e paz à igreja além de gostar de gente, deve ser um homem paciente, longânimo e desprovido de juízo fácil e temerário. Deverá estar disposto a caminhar, em amor, sempre uma milha a mais, deve procurar sempre o caminho suasório, o convencimento por meio de amoráveis exortações e nunca cansar e estressar desnecessariamente a ovelha e todo o rebanho com regras e preceitos legalistas.  Deverá orar e exortar as ovelhas para que busquem a perfeição do amor evitando a todo custo um perfeccionismo doentio, limitador e estéril.

O presbítero necessário à Igreja é aquele que não se esquece de que Ele também é ovelha do Grande e Verdadeiro Pastor Jesus. Que ele, presbítero, não é dono e senhor das ovelhas, mas alguém que necessita de iguais cuidados, de igual longanimidade, de igual incentivo ao amor. Aqui as palavras do grande Agostinho encontram eco: “Por vós eu sou presbítero, convosco, porém eu sou cristão”.  Isto impede o oficial de fazer-se insensível e alheio às dificuldades de seus irmãos impedindo que ele se torne seu algoz.

Outra faceta indispensável ao exercício do presbiterado é que o oficial deverá estar pronto para usar também de medidas mais duras, ásperas e doloridas para chamar o irmão ao bom senso quando este se envereda por caminhos tortuosos. Deverá usar o ponteiro do cajado para estocar a ovelha quando esta se mostrar sonolenta, preguiçosa, letárgica e morosa no progresso da vida espiritual. Deverá estar capacitado inclusive para usar o remédio amargo da disciplina e mesmo o ferro da amputação, isto é, da excomunhão, quando esgotados todos os meios suasórios, quando todo o processo tiver se mostrado ineficaz devido à contumácia e dureza de coração da ovelha, a fim de que a enfermidade de uma não venha a contaminar todo o rebanho. Aqui, talvez mais que em outras situações, o presbítero deverá agir com caridade pastoral, maturidade psíquica e espiritual, distanciamento emocional saudável, sem qualquer espírito de revanchismo, pensando exclusivamente na glória de Deus e no bem do faltoso.

Por fim, o pastor das ovelhas que Deus procura é aquele que está vigilante, que durante o seu turno e a vigília da noite escura, não dorme e não cochila. Ao menor sinal de que o lobo se aproxima não teme pela própria vida, mas se interpõe entre ele e as ovelhas. Não procura amansar nem domesticar a fera e nem simplesmente espantá-la. Com lobo não se brinca, mata-se! São muitas as matilhas que rondam o rebanho, mundanismo, secularismo, sincretismo, relativismo, “o politicamente correto”, o legal, mas imoral, o “porque todo mundo faz...”, os falsos mestres e suas falsas doutrinas, seitas, heresias e etc. O presbítero deverá vigiar contra todos estes predadores sorrateiros, porém fatais. E, no meio disso tudo ainda deve atentar para a própria salvação, sendo diligente no ensino, perseverante na oração e firme na tribulação.

E aí? Vai encarar?

Louvado seja Deus porque este incomparável tesouro (poder) vem dele e não de nós... (2Co 4.7).

Reverendo Luiz Fernando

É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

Fonte: Luiz Santos

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